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BRASIL

Menina e mulher são baleadas no Rio quatro dias após morte de Agatha

Da Redação

Neste terça-feira (24), completou quatro dias da morte da menina Agatha, assassinada por policiais após ser baleada enquanto estava com a mãe voltando para casa, em uma kombi. No mesmo dia, mais uma notícia trágica: outra criança, de 11 anos, e uma mulher foram baleadas no Rio de Janeiro. Dessa vez, no Morro da Mineira, Centro da capital carioca. Vitória C. levou um tiro na perna quando voltava da escola. Ela foi levada ao Hospital Municipal Souza Aguiar e, segundo a unidade de saúde, seu estado de saúde é estável.

A autoria dos disparos ainda não foi identificada. Segundo a assessoria da Polícia Militar, não havia operação na comunidade no momento em que ela foi atingida. Mas, esse pode ter sido o 17ª caso de criança ferida por bala perdida só este ano. Destas, além de Agatha, atingida por um tiro de fuzil nas costas, mais quatro chegaram a morrer. Todas, vítimas de uma política de segurança pública que privilegia o confronto contra populações de favela, a maioria negra, no lugar de proteger, dar saúde, educação e condições dignas de sobrevivência.

Após o governo Witzel, os números ficaram ainda piores. Ao todo, “194 pessoas morreram em “autos de resistência”, execuções policiais em meio às intervenções militares nas favelas cariocas. O número é 50% (cinquenta por cento) maior que o mesmo mês em 2018, apontando para uma mudança de tom em relação à intensidade e à velocidade da política de morte do governo Witzel”, como publicamos na matéria de Aline Caldeira e Gabriel Ferreira, aqui no Esquerda Online. 

E, para piorar, ainda nesta terça-feira, mesmo dia em que mais uma criança é baleada no Rio, foi publicado um decreto no Diário Oficial do Rio de Janeiro onde o governador do estado, Wilson Witzel, retirou o incentivo à redução de letalidade a partir de bônus pagos a policiais militares do estado pela redução de mortes decorrentes de intervenção policial. Na prática, não terão mais incentivo para deixarem de matar.