Na noite do último sábado, 16/07, por volta das 22h, um homem negro foi cruelmente assassinado no município de Contagem (MG), pela Polícia Militar. A vítima, Marcos Vinícius Vieira Couto, estaria em um bar da região antes de ser abordado pelos policiais. Um vídeo feito por moradores e divulgado pelo portal G1 registrou a abordagem e o assassinato. No vídeo é possível perceber Marcos Vinicius e outros homens erguendo as mãos e não oferecendo resistência.
Em certo trecho da gravação, é possível ver Marcos sendo conduzido para trás de uma Kombi estacionada e o PM apontando a arma em sua direção e disparando. Ele é sumariamente executado com três tiros.
As imagens (abaixo) chocam pela frieza com a qual o PM executa o homem e escancaram ainda mais a maneira cruel e racista como agem as polícias, principalmente em bairros pobres, como é o caso da Vila Barraginha, bairro da cidade mineira, onde o crime ocorreu. Esta seria a terceira execução na região, em menos de duas semanas.
Tão absurdo quanto o vídeo foi a afirmação da porta-voz da PM-MG, major Layla Brunnela, para quem “Não há qualquer tipo de excesso, de exagero na abordagem”, em que pesem as diversas imagens registradas pelas testemunhas mostrarem exatamente o contrário. A PM de MG afirma que Marcos Vinicius reagiu e teria tentado tomar a arma do policial. Ele foi levado ao hospital, onde chegou sem vida.
A vereadora de Belo Horizonte, Iza Lourença (PSOL), se pronunciou nas redes sociais, denunciando a impunidade: “O governador Romeu Zema já se pronunciou sobre a Polícia Militar de MG executar um jovem, com as mãos para cima, no meio da rua? O mais impressionante é a quantidade de testemunhas não importa, porque há certeza da impunidade.”
O vídeo foi recebido inicialmente pela Comissão de Direitos Humanos da OAB-MG, entregue por moradores. A Comissão soltou uma nota, exigindo investigação das três mortes e repercutiu denúncias graves de moradores e familiares, segundo os quais, a PM teria ido ao local para cobrar dinheiro de propina do tráfico, o “arrego”. Marcos Vinícius é acusado de chefiar o tráfico no bairro e a execução se deu em razão de que “o suposto traficante e outros não pagaram os valores de suposta corrupção cobradas e devidas aos policiais”, afirma a nota.
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