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Entrevista no JN: Bolsonaro sendo Bolsonaro

Reprodução

André Freire

Historiador e membro da Coordenação Nacional da Resistência/PSOL

Na noite desta terça-feira, 28 de agosto, o Jornal Nacional (JN), da TV Globo, entrevistou o candidato a presidente da República da extrema-direita, Jair Bolsonaro (PSL-RJ).

A série de entrevistas, na bancada do JN, é absurdamente excludente e antidemocrática. Pois utiliza o critério de uma pesquisa de opinião para não convidar todos os candidatos, além de retirar mais uma vez a candidatura de Lula, mesmo ele liderando todas essas mesmas pesquisas.

Na entrevista, Bolsonaro não surpreendeu. Para quem se deu ao trabalho de assistir, viu apenas a confirmação de suas ideias ultra-reacionárias. Uma mistura de tudo que há de pior na política brasileira, aliando um discurso extremamente conservador e autoritário, como um plano econômico radicalmente neoliberal.

Durante os 27 minutos de entrevista, pode-se destacar algumas ideias defendidas por Bolsonaro:

. Não há nenhum problema que ele tenha recebido auxílio-moradia como deputado, mesmo possuindo apartamento próprio em Brasília;
. Defendeu, mais uma vez, que não é condenável que um patrão pague um salário menor para uma mulher do que para um homem, mesmo exercendo funções idênticas;
. Afirmou, novamente, que não se deve educar sobre a necessidade de se combater a homofobia e toda e qualquer forma de preconceito nas escolas. Repetindo também suas mentiras absurdas sobre as propostas que defendem uma educação contra os preconceitos;
. Associou-se a ideia defendida, segundo ele próprio, por um ator de empresários, de que o trabalhador tem que optar entre ter direitos trabalhistas ou ter emprego. Inclusive, fez questão de lembrar o seu voto contrário a Lei que regulamentou os direitos trabalhistas das empregadas domésticas;
. Fez apologia da política de intervenção violenta nas favelas, realizadas pelos agentes de segurança, mesmo que isso signifique chegar atirando indiscriminadamente, gerando vítimas inocentes;
. E, não podia faltar, defendeu a legitimidade da ditadura militar e que está correta a defesa de seu vice, o general Mourão, de que as Forças Armadas podem impor uma saída política ao país, se as instituições não atuarem corretamente, sempre segundo suas opiniões.

O radicalismo de direita de Bolsonaro foi tamanho que fez os “âncoras” do JN, que não são nenhum exemplo de defesa das liberdades democráticas, terem que protestarem em vários momentos da entrevista.

Lutar para tirar Bolsonaro do segundo turno
A nitidez com que desenvolve seu discurso de extrema-direita e fascista é mais uma vez a demonstração que uma das tarefas mais importantes e atuais da esquerda socialista, das entidades e movimentos dos trabalhadores, da juventude e dos oprimidos é travar um duro combate às ideias e ao projeto político de Bolsonaro.

Mais do que nunca, é necessário caracterizar muito bem o perigo representado por ele, disputar a consciência do povo trabalhador e a juventude contra a sua candidatura, suas ideias e seu projeto político, e saber realizar uma ampla unidade de ação para derrotá-lo politicamente.

Relativizar a importância deste combate, diário e prioritário, é um grave erro. E, o que é pior, se apoiar no fato de que uma parcela dos trabalhadores, infelizmente, simpatiza com esse discurso de extrema-direita, para realizar acordos políticos e sindicais com aliados de Bolsonaro, aí já é um verdadeiro crime político.

Como parte da campanha de Guilherme Boulos e Sonia Guajajara para a Presidência da República (MTST / PSOL / PCB / APIB) seremos parte ativa da campanha política que tem como objetivo tirar Bolsonaro do segundo turno das eleições presidenciais.

Inclusive, Boulos vem acertando nos debates e entrevistas que vem participando, quando busca se confrontar diretamente com Bolsonaro, com o objetivo de desmascará-lo perante a maioria do povo. Como no episódio da “Val”, a funcionária fantasma que Bolsonaro mantinha para cuidar de seus cães na sua casa de praia em Angra dos Reis.

Exigir que o STF condene Bolsonaro por racismo
Na tarde de ontem, a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar se acolhe a denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra Bolsonaro por crime de racismo. Esta denúncia crime é relativa a sua fala absurda num evento na Hebraica, do Rio de Janeiro, onde usou argumentos racistas contra quilombolas e indígenas. Na sua fala extremamente preconceituosa, chegou a dizer que os quilombolas deveriam ser pesados em arrobas, comparando-os a gado ou a animal equivalente.

Infelizmente, quando o julgamento do acolhimento da denúncia estava empatado, o ministro do STF Alexandre de Moraes pediu vistas no processo, adiando sua decisão, provavelmente, para a próxima sessão da referida turma deste tribunal. Alexandre de Moraes é o mais novo ministro do STF, nomeado por Temer, e foi secretário de Segurança Pública do governo tucano de Alckmin, em São Paulo.

Exigimos do STF que não só transforme Bolsonaro em réu pelo crime de racismo, mas que seja rápido para condená-lo por este crime hediondo, que ele vem reiteradas vezes praticando impunemente.

Como disse Valério Arcary, em recente discurso numa manifestação no Circo Voador (RJ): “Nenhuma liberdade aos inimigos da liberdade!”

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