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No Paraná, Beto Richa (PSDB) joga gasolina na luta de classes

Por: Rodrigo Romazini, de Curitiba, PR

O clima já andava tenso entre os Servidores Públicos do Paraná com o PL 257, a PEC 241 e a Medida Provisória de Reforma do Ensino Médio de Michel Temer (PMDB). A grande maioria das categorias de servidores estaduais já haviam aprovado estado de greve em suas assembleias. A preparação para a greve geral era visível. Se esses ataques não bastassem para acalmar os ânimos da burguesia, na última segunda feira (03), ao mesmo tempo em que a primeira escola estadual do Paraná estava sendo ocupada, o governador Beto Richa mandou à Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (ALEP), uma emenda ao Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO), em que rompe com o acordo da greve de 2015. O governador simplesmente deixa claro que não irá pagar o reajuste da data base dos servidores públicos enquanto não houver o pagamento das progressões e promoções em atraso.

Os Servidores Públicos do Paraná estão acostumados com os calotes do governador tucano. Sabem que, com essa emenda, o governo pode não pagar as promoções e progressões, porque depende de dotação orçamentária e, com isso, dar o calote no reajuste salarial dos servidores. Isso quer dizer que Richa irá atacar duplamente os direitos dos servidores, por um lado ataca a lei da data base e, por outro, o plano de carreira.

No ano passado, servidores públicos fizeram um grande enfrentamento, com ápice na ocupação da ALEP, em 12 de fevereiro, o que garantiu a retirada do pacotaço. Depois, na batalha do 29 de abril, dia em que bravamente foi enfrentada a truculência da polícia de Richa. Dessa vez, existe um movimento maior. Ao mesmo tempo em que os trabalhadores se organizam para a greve, os estudantes começam a se reunir, debater, ir às ruas e a ocupar escolas. Dessa vez, os servidores estão melhores posicionados.

É hora de reforçar o Fora Richa e o Fora Temer. Nenhum direito a menos
Na greve do ano passado, quando Richa estava na lona, prestes a cair, a direção do Fórum dos Servidores (FES) e da APP sindicato, ligadas à CUT, foram contra o chamado à derrubada de Beto Richa feito pela CSP-Conlutas e pelo Bloco de Oposição. Isso contribuiu para que o governo Richa, apesar de não conseguir retomar a popularidade, se levantasse e voltasse a atacar. Conseguiu passar a venda das ações da Copel e Sanepar e um dia após as eleições municipais, anuncia esse calote.

Não podemos novamente cair no conto da negociação. Esses governos são nossos inimigos. Temos aqui no Paraná a tarefa de defender o Fora Beto Richa e, a partir de nossa luta, impulsionar uma greve geral nacional para paralisar o Brasil. Só assim poderemos derrubar os governos e seus ataques. É importante lutar contra o PL 257, PEC 241 e a MP da Reforma do Ensino Médio de Temer. Também, contra os calotes de Richa e a Bancada do Camburão. Por nenhum direito a menos e para que Temer seja deposto imediatamente e leve o Richa junto.

Foto: Nesta segunda-feira, no horário do intervalo, estudantes do Colégio Estadual do Paraná fizeram um debate sobre a MP da Reforma do Ensino Médio e tiraram vários encaminhamentos para a luta.