Por: Ademar Rodrigues, de Brasília, DF
O ano novo já começa com o aumento das passagens no transporte público no Distrito Federal (DF). A tarifa aumentou de R$ 4,00 para R$ 5,00. A maioria da população vai ter que pagar R$ 10,00 por dia para ir e voltar do trabalho. O trabalhador e seus filhos vão ter que comer menos para andar de ônibus ou metrô. Ano passado também teve aumento. Em dois anos, a passagem quase dobrou.
Só para se ter uma idéia, o salário mínimo agora será de R$ 937,00 reais. Na média, o trabalhar vai 22 dias por mês ao serviço, um gasto de R$ 220,00 só com passagem, ou 23% do salário mínimo. Em 2014, o gasto era de 18% do salário mínimo. Mais dinheiro nas mãos dos empresários, menos dinheiro nas mãos do trabalhador.
Nesta segunda (02) já teve o primeiro ato, com cerca de 300 pessoas, no centro de Brasília. Mais atos estão organizados por todo o Distrito Federal. O Movimento por uma Alternativa Independente e Socialista (MAIS) vai participar da mobilização. É bom lembrar que em 2013 a maior mobilização da história do Brasil começou com um ato contra o aumento das passagens em São Paulo.
Governador Rollemberg usa as mesmas desculpas de sempre
De acordo com o Movimento Passe Livre do Distrito Federal (MPL-DF), o governo não tem acesso às planilhas de gastos do transporte. Os dados sobre a quanto se gasta em cada uma das empresas do setor para sua operacionalização não são de domínio público. O número de passageiros que gira a catraca é operacionalizado por uma empresa de propriedade de empresários de transporte. O DFTrans, órgão que deveria fazer a fiscalização, é sucateado e não tem servidores suficientes. A auditoria do Tribunal de Contas e o relatório final da CPI realizada pela Câmara Legislativa confirmam definitivamente esta informação. O governo não consegue apresentar uma justificativa coerente e transparente para o aumento.
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