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BRASIL

Oito razões para a juventude tirar Bolsonaro

O prazo para emissão do título eleitoral encerrou nesta quarta-feira, 04/05. Impedir a tragédia de um segundo mandato de Bolsonaro é urgente. O Esquerda Online lista aqui oito motivos que mostram como Bolsonaro é uma ameaça para o futuro da juventude.

Da Redação

Só nesse dia 04/05 foram registrados pelo TSE mais de 1,3 milhão de atendimentos para tirar ou regularizar título eleitoral. Ao todo, foram feitos 8,5 milhões de pedidos nos últimos 31 dias. Esses números não são resultado somente da campanha realizada pelo TSE. Muitos artistas progressistas, como Anitta, Pablo Vittar e Emicida, subiram ao palco de grandes festivais, como Lollapalooza, convocando a juventude a tirar o título para tirar Bolsonaro da presidência e uma grande campanha foi feita nas redes sociais, com este objetivo, pela esquerda e os movimentos sociais. Do outro lado, a extrema direita, em especial lideranças evangélicas bolsonaristas, atuaram junto à juventude para que tirassem o título para afastar “a volta do Comunismo”. Na prática, a disputa eleitoral de 2022 já começou.

1. Bolsonaro é inimigo da Educação e da Ciência

Em seis anos (2016-2021) o MEC perdeu quase 40% dos recursos, sendo que, nos três primeiros anos do governo Bolsonaro, foram quase R$ 30 bilhões a menos executados na educação. No orçamento 2022, o MEC perdeu R$ 739,9 milhões, sendo que R$ 499 milhões seriam destinados ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), afetando diretamente estados e municípios.
Bolsonaro também tem feito cortes seguidos na Ciência e Tecnologia, o que tem esvaziado a Capes, levando muita gente a deixar o país, continuando suas pesquisas em instituições estrangeiras.

2 – MEC tem troca de ministros, corrupção e negacionismo

Bolsonaro me pediu que recebesse pastor, diz Ribeiro à PF
Foto: Poder 360

Bolsonaro está em seu quinto ministro da Educação. É como se tivesse trocado de ministro a cada 8 meses. Milton Ribeiro, o último, saiu pelas portas dos fundos, logo depois que estourou o esquema de facilitação de verbas do FNDE para prefeituras aliadas, intermediado por pastores que diziam agir a mando de Bolsonaro, cobrando até barras de ouro. Em comum, além da incompetência, todos são negacionistas, odeiam Paulo Freire e defendem o ensino privado. Em mais quatro anos, quantos ministros seriam?

3 – Bolsonaro e aliados querem acabar com as cotas raciais

Dia da Consciência Negra: Negros são maioria nas universidades públicas do Brasil pela primeira vez | Brasil | EL PAÍS Brasil
Foto: Beatriz Mota

As cotas para acesso à universidade pública, há 10 anos em vigor, representam uma enorme conquista para a juventude preta e pobre. Permitiram a milhares de jovens pretos, quilombolas e indígenas acessar a universidade pública e muitos destes são da primeira geração da família a se formar. Mas a lei irá passar por revisão neste ano, para seguir em vigor. Em vez de ampliada, para maior alcance (como em relação a pessoas trans), corre sério risco de sofrer distorções ou mesmo ser revogada, pois Bolsonaro não quer o povo negro na universidade.

4 – Reforma do ensino médio e escolas cívico-militaresOs benefícios da robótica na evolução da logística em transporte | ABEINFO

Foi no governo Bolsonaro que começou a ser implementado o Novo Ensino Médio. Os idealizadores do modelo partem da falsa ideia de que os alunos deixam de concluir os estudos porque há muitas disciplinas e não porque muita gente acaba deixando o ensino por ter que trabalhar. O novo Ensino Médio, portanto, elimina ou reduz várias disciplinas, como filosofia, história, sociologia, artes, oferecendo aos jovens do ensino público somente o necessário para a sua área, sem uma visão ampla, dificultando que os jovens identifiquem as causas históricas da desigualdade.

Por outro lado, o governo Bolsonaro já tem 127 e pretende encerrar a gestão com 216 Escolas Cívico-Militares, com 89 sendo implantadas neste ano. Neste tipo de escola, policiais militares ficam responsáveis pela educação. A liberdade e o pensamento crítico são substituídos pelo autoritarismo e disciplina, acompanhados da formação ideológica conservadora, machista e homofóbica e do fim do ensino laico. Ao todo, 85 mil jovens já estão nesse modelo, sem contar os dos 14 colégios militares, que aprendem a história pela versão dos que celebram o golpe de 1964. O caminho para afastar a juventude da criminalidade não é esse tipo de escola, mas oportunidades, emprego e afeto.

5. Com Bolsonaro, não há emprego para a juventude

O desemprego assola a vida de 11,1% da população, ou mais de 12 milhões de pessoas, a maioria mulheres. Dados divulgados em maio pelo IBGE mostram que a juventude é um dos setores mais atingidos. Nesta faixa, o índice chega a 23%, entre aqueles com 18 e 24 anos, e de 39%, entre os adolescentes de 14 a 17. Sem oportunidades ou programas de primeiro emprego, a juventude negra e pobre encontra pela frente apenas o caminho precário das entregas em aplicativo, entregando a comida que falta em casa. Com Bolsonaro, o futuro da juventude é marcado pela precariedade, por acidentes e pelo adoecimento.

6. A vida de um jovem negro não vale nada no bolsonarismo

Manifestação do Movimento Negro contra a violência na Candelária
Foto: Reprodução Metrópole

A política de segurança pública vigente em nosso país só serve para matar preto e pobre. Uma pessoa negra é morta pela polícia a cada quatro horas. É uma política racista e punitivista que se apoia no encarceramento e no assassinato de jovens pretos e pobres. As periferias do país vivem um verdadeiro morticínio cotidiano e Bolsonaro é o principal operador dessa lógica, apoiada na política de guerra às drogas e na certeza da impunidade. Com mais quatro anos, veremos mais chacinas e mortes como a do imigrante Moïse Kabagambe, espancado em um quiosque.

7. Bolsonaro = morte, violência e preconceito

O Brasil é um dos países que mais mata mulheres e pessoas LGBTIA+. Só em 2021 foram registrados mais de 300 casos de mortes violentas de pessoas LGBTIA+. Na pandemia, uma mulher foi vítima de feminicídio a cada 6,5 horas. Muitos desses crimes ocorrem com requintes de crueldade. Além da falta de políticas públicas, contribui para isso a defesa do armamento pessoal, o fim de políticas públicas e o preconceito estimulado pelo atual presidente, que já falou diversas vezes que considera aceitável que os pais deem “um coro” se o filho se comportar de forma afeminada. Ou que sua filha é fruto de uma “fraquejada”.

8. Não há planeta B, ainda mais com Bolsonaro

Bolsonaro é inimigo do meio ambiente e age a favor do agronegócio, de madeireiros e garimpeiros, os mesmos que atacam e invadem os territórios indígenas. Em seu governo, o desmatamento bateu recorde. Os casos de derramamento de óleo no litoral nordestino, além do incêndio na Amazônia e no Pantanal, não foram casualidades, mas resultado de seu descaso com a questão ambiental e do sucateamento de órgãos como o Ibama e o ICMBio. Para o mundo, Bolsonaro age negando essa destruição e também os dados sobre o clima, recusando tratados e acordos para buscar adiar o aquecimento global. Com mais quatro anos, o Brasil será o território livre para a mineração, e teremos mais tragédias climáticas, como as que mataram centenas de pessoas no Sul da Bahia, em Minas Gerais e em Petrópolis (RJ).