1 – O hino teve três versões e é inspirado na Guerra dos Farrapos, que começa em 20 de setembro. A versão final foi oficializada em 1968, ocasião em que se retirou uma estrofe do hino que nada tinha a ver com o RS (citava Atenas, gregos e romanos), mas se manteve a estrofe racista.
2 – De qual liberdade o hino fala? A briga dos Farrapos contra o Império era sobre fim dos impostos e não questionava a escravidão. O Art. 6 da Constituição Farroupilha não tratava negros como cidadãos.
Bento Gonçalves prometia liberdade aos escravizados inimigos, mas morreu deixando mais de 50 escravizados para seus herdeiros.
3 – Canabarro e Duque de Caxias (Império), foram os responsáveis pelo Massacre de Porongos: desarmaram e executaram os Lanceiros Negros.
A única forma de escravidão registrada no período da guerra era sobre o povo negro. A verdade sobre os negros na guerra precisa vir a tona.
4 – Se outras estrofes que não tinham relação com a história do RS foram retiradas, por que essa permanece?
5 – Retirar a obrigatoriedade da execução do Hino Rio Grandense nas solenidades é um ato político antirracista. Não somos obrigados a cantar versos que legitimam um processo de destruição da humanidade do povo negro.
6 – Num estado como o Rio Grande do Sul, onde a capital é considerada pelo IBGE como a mais racista e desigual do país, retirar a obrigatoriedade do hino é uma reparação histórica. Na verdade, é a abertura do caminho para modificação dos conteúdos racistas do hino.
7 – Nas “façanhas que servem de modelo a toda terra”, precisa estar inclusa a contribuição negra ao RS. Temos história rica que precisa ser contada. É isso que queremos!
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