Pular para o conteúdo
EDITORIAL

Eleição está indefinida: encher as ruas de gente e esperança para vencer! 

Editorial
Ricardo Stuckert

Ato com Lula em Porto Alegre-RS, neste dia 19/20

A dez dias da votação do segundo turno a disputa está cada vez mais acirrada. A ligeira vantagem de Lula nas pesquisas, entre 4 e 6 pontos percentuais, não confere nenhuma garantia de vitória antecipada. Será preciso conquistá-la nas ruas, nas redes, nas conversas com amigos, familiares e conhecidos. Cada esforço nessa reta final da campanha pode fazer a diferença nessa batalha histórica pelo futuro do país.

Não basta votar em Lula: é necessário se tornar um militante aguerrido nos próximos dez dias. Temos que fazer com que todos que votaram no petista no primeiro turno repitam o gesto. E mais relevante ainda: é fundamental convencer quem tem simpatia pelo ex-presidente, mas não foi votar no dia 02, a ir às urnas no domingo, dia 30. Cada voto importa. Diminuir a abstenção do eleitorado potencial de Lula, ou menos impedir que ela aumente, é chave para a vitória.

Outra tarefa fundamental é a batalha pelo voto das pessoas que escolheram Simone Tebet, Ciro Gomes e outros candidatos no primeiro turno. Esse contigente é de quase dez milhões de eleitores, tendo maior peso nas grandes e médias cidades. Certamente, nesse público haverá eleitores que tem resistência ao voto em Lula. Por isso, é central a explicação paciente dos motivos pelos quais Bolsonaro representa o pior para o país. O voto em Lula não precisa necessariamente ser um gesto de confiança no petista, podendo representar apenas uma decisão para tirar Bolsonaro do poder.

Importa, também, manter elevada a rejeição de Bolsonaro. Para certas pessoas, o tema mais certeiro é explorar os casos de corrupção do atual governo e da família Bolsonaro. Para outras, é relembrar o descaso e a perversidade da atuação de Bolsonaro na pandemia. E há muitos outros argumentos: a elevada inflação, o discurso armamentista, a propagação do ódio e da intolerância, o machismo, o racismo, a LGBTIfobia que estimula preconceitos, discriminação e violência, a falta de educação, os ataques aos católicos, a insinuação de pedofilia, enfim, há muitas questões a serem exploradas. Escolha o tema mais eficaz para cada pessoa.

Vale mencionar a intensificação do assédio patronal em várias partes do país. Empresários bolsonaristas estão tentando coagir trabalhadores, de todas formas possíveis, para que não votem em Lula. São ameaças de demissão, oferta de compra de voto, entre outras barbaridades. Os sindicatos e o conjunto das forças de esquerda e democráticas precisam se insurgir contra isso. O TSE e o Ministério Público têm o dever de investigar e punir, sem demora e com rigor, esses patrões criminosos.

Ampliar as campanhas nas ruas, levando a esperança de uma vida melhor!

Tem enorme importância a ampliação da campanha nas ruas e nas redes sociais. Quando mais visibilidade tiver a campanha, mais confiança e engajamento ela produz no eleitor. Uma eleição não é somente definida pelas escolhas racionais, mas também pela emoção, pelos sentimentos que ela desperta.

Uma campanha com muita gente na rua, com muitas bandeiras, adesivos, faixas, enfim, com muita presença, animação e confiança, gera uma onda de contágio que pode decidir o placar numa disputa muito apertada. Por isso, se incorpore na campanha de rua da sua cidade e amplie a visibilidade dela nas redes sociais.

A apresentação das propostas concretas de Lula pode ajudar na disputa do voto. Escolha aquela que mais tem a ver com a pessoa que você está dialogando. Alguns compromissos da campanha: elevação do salário mínimo acima da inflação todo ano; isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil; mais investimentos em educação, saúde e moradia; renegociação das dívidas das famílias; crédito barato para pequenos e micro negócios; direitos aos trabalhadores de aplicativos; manutenção e ampliação do Auxílio Brasil; salário igual para homens e mulheres quem fazem o mesmo trabalho; entre outras. Lembre a pessoa que você está dialogando que Bolsonaro não tem compromisso com nenhuma dessas propostas.

Por fim, vale sublinhar a necessidade de maior articulação das forças de esquerda e democráticas para a semana final da campanha. Iniciativas e atividades comuns e orientações  políticas conjuntas podem potencializar o combate eleitoral.

Temos dez dias para eleger Lula e tirar o fascista do poder. Não há tempo a perder. Vamos encher as ruas de gente e esperança. A vitória se conquista na luta!