Neste sábado, 17, o governo do estado de São Paulo anunciou a inclusão de trabalhadores metroviários e ferroviários na lista de grupos prioritários para receber a vacina contra a covid-19. As duas categorias haviam marcado uma greve unificada para a próxima terça-feira, 20, exigindo a vacina. Segundo os sindicatos, a pandemia já tirou a vida de cerca de 50 ferroviários e de 24 metroviários.
Segundo o governo, serão imunizadas cerca de 9.500 pessoas, incluindo todos os operadores(as) de trens, do metrô e da CPTM. Serão vacinados funcionários(as) que atuam na operação e lidam diretamente com o público (seguranças, técnicos de manutenção e trabalhadores(as) da limpeza, etc) que tenham idade igual ou superior a 47 anos, a partir de 11 de maio.
A decisão, que será tema de uma coletiva do governo nesta segunda-feira, 19, é resultado da luta dos trabalhadores e seus sindicatos. “Parabéns para a categoria. Estamos mostrando a importância da luta, de fazer parte de seu sindicato e que é, o mais importante, mesmo em tempos difíceis, é possível resistir e vencer”, diz Camila Lisboa, coordenadora-geral do Sindicato dos Metroviários de São Paulo.
Nas últimas semanas, a categoria metroviária realizou uma intensa campanha, nas redes sociais, através da imprensa e nas estações de metrô. Na sexta, 16, realizaram um dia de luto e de luta, unificado com os ferroviários das linhas 11 e 12 e os metroviários de Porto Alegre. Neste dia, toda a categoria usou uma camisa ou roupa preta, em luto pelos que morreram. A categoria aderiu em peso, publicando nas redes sociais fotos com a camisa e marcando os sindicatos. Neste dia, com cuidados sanitários, os sindicatos também realizaram panfletagens nas estações e dialogaram com a população, avisando da greve do dia 20.
Luta pela vacinação de todos continua
O Sindicato dos Metroviários de SP divulgou uma nota pública, na qual destaca a conquista, mas convoca a categoria a seguir lutando, pela inclusão dos demais setores que ficaram de fora da vacinação. Ao todo, a categoria tem 8.200 pessoas e parte dos que atuam na linha de frente permaneceram de fora – tendo menos do que 47 anos. Nesta segunda-feira, está mantida a assembleia virtual, que estava marcada para referendar a greve do dia 20.
O resultado inicial da luta em SP é um exemplo para trabalhadores metroviários e ferroviários de outras regiões do país que estão em luta, como Porto Alegre e Brasília, e também para outras categorias, como rodoviários e entregadores de aplicativo. Nesta semana, entregadores realizaram novo protesto em São Paulo, exigindo reajuste nas tabelas de viagens e também a inclusão na vacinação. E os ferroviários de São Paulo exigem ainda reajuste na Participação nos Lucros e Resultados (PLR).
As lutas das categorias – assim como a dos demais grupos que exigem prioridade, como pessoas com deficiência – devem se somar na luta contra o governo Bolsonaro, responsável por o Brasil estar tão atrasado na vacinação. Desta forma, o dia 20 deve seguir como um dia de luta e conscientização, pela vacina, pelo auxílio emergencial e pelo Fora Bolsonaro.
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