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MUNDO

Manifesto internacional: Viva a rebelião do povo peruano!

Luchas (Venezuela); Militância Revolucionária Socialista (República Dominicana); Movimento pelo Socialismo (Paraguai); Opinião Socialista (Argentina); Resistência/Psol (Brasil); Semear o Futuro (Portugal)

LEA EN ESPAÑOL Manifiesto internacional: ¡Viva la rebelión del pueblo peruano!

O levante do povo peruano contra o regime político e, em especial, contra o poder legislativo é um fato que merece todo o apoio de todos os povos latino-americanos e do mundo. Com o grito “não nos representam”, milhares de jovens protagonizaram jornadas heroicas que obrigaram a renúncia do Presidente imposto pelo Congresso, Manoel Merino, que substituiu Martín Vizcarra, desposto por um acordo parlamentar.

O povo precisa enviar para a lata de lixo da história um regime que está podre, como a classe dominante peruana, que se entregou ao imperialismo e é incapaz de dar uma saída ao povo, que não seja a corrupção, trabalho precário, espoliação das riquezas naturais e, como sobremesa, uma péssima resposta a pandemia do coronavírus. A mobilização, questiona todas as instituições do Estado, e é contra um sistema político que mantém intactas as reformas contra a classe trabalhadora e o povo, desde o regime do ditador Fujimori.

Os governos que sucederam ao ditador seguiram com as mesmas receitas, e a corrupção foi a moeda de troca pela qual entregaram o país às multinacionais. Assim, cada um dos governos, foram envolvidos em escândalos de corrupção. O pagamento de suborno a construtora Odebrecht, para fazer obras públicas no Peru, demonstra o quanto a burguesia peruana está podre. A corrupção fez explodir o regime e seus partidos tradicionais.

A resposta as reivindicações populares foi uma repressão sangrenta que deixou centenas de feridos e dois jovens mortos: Brian Pintado e Inti Sotelo. A repressão ao povo não pode ficar impune e todos os culpados devem pagar pelos assassinatos e ferimentos que causaram. Exigimos punição e justiça para os responsáveis políticos pelos assassinatos de Brian Pintado e Inti Sotelo e por todas as violações dos direitos humanos contra a população que apenas exercia seu direito de protestar. A experiencia dos povos latino-americanos demonstra que é a organização independente, apoiada na mobilização permanente, a única garantia de vitória. Temos que construir uma grande campanha internacional para conseguir este primeiro e estratégico objetivo. Sem memoria, a verdade e a justiça não pode existir.

Pelo mesmo método que levou Manuel Merino ao poder, derrubado posteriormente pela mobilização popular, se escolheu Francisco Sagasti, que pretende governar aplacando as mobilizações de rua, impedir a punição das forças policiais e continuar com as receitas do imperialismo. A declaração de Sagasti de pedir um empréstimo ao FMI, assim como sua negativa de impulsionar um referendo sobre a assembleia constituinte, bem como suas declarações sobre a punição à repressão ao povo, de que recairá sobre alguns policiais, e não sobre os mandantes políticos, mostram que nada vai mudar com o novo Presidente.

A reivindicação por uma nova constituição é uma necessidade urgente para poder resolver os grandes problemas da população. Uma reivindicação que se inspira na heroica luta do povo chileno contra as mesmas receitas imperialistas que se tornaram insuportáveis para a vida.

A Assembleia Constituinte é uma ferramenta política que tem como objetivo reorganizar a sociedade sob novas bases. Para que isto seja possível, é necessário impulsionar desde já a mais ampla e democrática participação popular, organizando-se por trás desse objetivo, superando as experiências do passado, mas contando com essas experiências, dando impulso as assembleias populares ou “conselhos abertos” onde se possam discutir os principais problemas que afligem a população.

Se isso prosperar, seria a semente de um novo governo que represente os interesses da classe trabalhadora, da juventude, das mulheres, com o objetivo de permitir o acesso gratuito à educação, saúde, moradia, que garanta o cuidado com o meio ambiente e que garanta os direitos e liberdades que estão sendo sistematicamente negados. Devemos acabar com a submissão ao FMI, que todos os governos propõem, nos apoiando na solidariedade entre os povos do mundo que sofrem com os mesmos males.

O povo do Peru não está sozinho. Ele está lutando ao lado do povo chileno e da classe trabalhadora latino-americana. Para fortalecer esses laços, é necessário promover a mais ampla solidariedade em todos os países, organizando iniciativas de solidariedade ao povo peruano.

– Abaixo a Constituição de Fujimori!

– Por uma Assembleia Popular Constituinte!

– Justiça para Brian, Inti e todos os feridos e feridas!

 

Assinam este Manifesto:

Luchas (Venezuela)

Militância Revolucionária Socialista (República Dominicana)

Movimento pelo Socialismo (Paraguai)

Opinião Socialista (Argentina)

Resistência/Psol (Brasil)

Semear o Futuro (Portugal)

 

 

 

 

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