Na manhã de hoje, sexta-feira, 27, um grupo de Policiais Militares invadiu a ocupação Dandara, do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST), em Maceió. A ocupação fica no bairro do Benedito Bentes, o mais populoso da capital alagoana e tem cerca de 14 hectares no qual serão construído um conjunto habitacional para 446 famílias.
A invasão da PM ocorreu por volta das nove da manhã, onde duas viaturas, contendo três policiais cada, entrou no local e passaram a ameaçar os moradores, em especial mulheres, que tiveram armas apontadas para seus rostos. Os policiais quebraram materiais da cozinha coletiva, rasgaram o livro de registro do movimento, assim como documentos pessoais de alguns moradores, e queimaram uma bandeira do MTST.
Uma ação de puro ódio aos movimentos sociais e ao povo feita pela polícia militar alagoana. Foi simbólico que, ao cometerem tais atos, os policiais gritavam o nome de Bolsonaro, falavam que “Lula está morto” e ao queimar a bandeira do MTST, disseram para “colocar uma do Brasil no lugar”.
As falas e o discurso de ódio de Bolsonaro contra a esquerda incentivam tais práticas de violência por parte da polícia e de grupos de extrema direita, que atuam como milícias com métodos fascistas. Estes se sentem à vontade para ameaçar e intimidar militantes de esquerda e movimentos sociais.
O governador do estado, Renan Filho, não se pronunciou, porém setores do governo, como a Secretária da Mulher e dos Direitos Humanos, Maria José da Silva, do PT, denunciou a ação dos policiais. Por sua vez, o comando de operação da polícia militar do estado falaram que os PMs envolvidos agiram de forma individual. O que é igualmente grave, pois mostra que os policiais se sentiram à vontade para intimidar os movimentos e cometer o ato criminoso.
É preciso exigir que os policiais envolvidos sejam investigados, punidos e afastados. O papel da esquerda alagoana e de todos os defensores das liberdades democráticas é criticar as ações da PM e cobrir de solidariedade às companheiras e os companheiros do MTST. As declarações de apoio e força ao movimento são importantes e necessárias. Porém, precisamos politicamente impulsionar uma grande frente única dos movimentos sociais, partidos e coletivos políticos, para combater as ações de cunho fascista e da extrema direita. Se eles acham que irão nos amedrontar, estão errados. Mostraremos que somos maiores e mais fortes que o medo e do que o ódio que eles propagam. Pois enquanto eles defendem a violência e o ódio, nós usamos a solidariedade e o sonho de uma sociedade mais justa e igualitária. Sabemos que lutam melhores os que têm bem belos sonhos, e os nossos sonhos são mais belos e mais fortes que o rancor e a violência deles. O futuro nos pertence.
Quem não pode com a formiga, não atiça o formigueiro!
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