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BRASIL

Urgente: Ocupação do MTST sofre ação arbitrária da polícia, em AL

Gabriel Santos, de Maceió, AL
MTST

Cinzas dos objetos que foram queimados no acampamento Dandara, no Benedito Bentes

Na manhã de hoje, sexta-feira, 27, um grupo de Policiais Militares invadiu a ocupação Dandara, do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST), em Maceió. A ocupação fica no bairro do Benedito Bentes, o mais populoso da capital alagoana e tem cerca de 14 hectares no qual serão construído um conjunto habitacional para 446 famílias.

A invasão da PM ocorreu por volta das nove da manhã, onde duas viaturas, contendo três policiais cada, entrou no local e passaram a ameaçar os moradores, em especial mulheres, que tiveram armas apontadas para seus rostos. Os policiais quebraram materiais da cozinha coletiva, rasgaram o livro de registro do movimento, assim como documentos pessoais de alguns moradores, e queimaram uma bandeira do MTST.

Uma ação de puro ódio aos movimentos sociais e ao povo feita pela polícia militar alagoana. Foi simbólico que, ao cometerem tais atos, os policiais gritavam o nome de Bolsonaro, falavam que “Lula está morto” e ao queimar a bandeira do MTST, disseram para “colocar uma do Brasil no lugar”.

As falas e o discurso de ódio de Bolsonaro contra a esquerda incentivam tais práticas de violência por parte da polícia e de grupos de extrema direita, que atuam como milícias com métodos fascistas. Estes se sentem à vontade para ameaçar e intimidar militantes de esquerda e movimentos sociais.

O governador do estado, Renan Filho, não se pronunciou, porém setores do governo, como a Secretária da Mulher e dos Direitos Humanos, Maria José da Silva, do PT, denunciou a ação dos policiais. Por sua vez, o comando de operação da polícia militar do estado falaram que os PMs envolvidos agiram de forma individual. O que é igualmente grave, pois mostra que os policiais se sentiram à vontade para intimidar os movimentos e cometer o ato criminoso. 

É preciso exigir que os policiais envolvidos sejam investigados, punidos e afastados. O papel da esquerda alagoana e de todos os defensores das liberdades democráticas é criticar as ações da PM e cobrir de solidariedade às companheiras e os companheiros do MTST. As declarações de apoio e força ao movimento são importantes e necessárias. Porém, precisamos politicamente impulsionar uma grande frente única dos movimentos sociais, partidos e coletivos políticos, para combater as ações de cunho fascista e da extrema direita. Se eles acham que irão nos amedrontar, estão errados. Mostraremos que somos maiores e mais fortes que o medo e do que o ódio que eles propagam. Pois enquanto eles defendem a violência e o ódio, nós usamos a solidariedade e o sonho de uma sociedade mais justa e igualitária. Sabemos que lutam melhores os que têm bem belos sonhos, e os nossos sonhos são mais belos e mais fortes que o rancor e a violência deles. O futuro nos pertence.

Quem não pode com a formiga, não atiça o formigueiro! 

 

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