Os bancos públicos e os bancários vêm sendo duramente atacados pelo governo Temer e o Congresso Nacional. Há muitos anos, BB e CEF vêm perdendo aos poucos seu caráter público, passando a ter, assim como os bancos privados, o lucro como seu principal objetivo. Perdem os bancários, mas também a população em geral. O sistema financeiro passou por uma grande concentração nos últimos anos e, nos bancos privados, isso significou um grande número de demissões. Nos bancos públicos, o ataque acontece na forma de reestruturações, que retiram cargos, diminuem salários e removem compulsoriamente os bancários dos seus locais de trabalho. Estes ataques deram um grande salto com o governo Temer. Muitas agências foram fechadas e pode ser votada em breve a abertura de capital da CEF.
Diante deste cenário, os principais sindicatos de bancários do país não cumprem o seu papel de organizar a categoria para lutar. Ligados à CONTRAF/CUT, passaram muitos anos privilegiando o apoio aos governos do PT em detrimento das lutas das bancárias e bancários. Agora que o governo mudou, poderia se esperar que mudassem sua postura. Mas não é isso que estamos vendo. Sequer uma rodada de assembleias para organizar a luta ou um dia de mobilização envolvendo a base foi convocado.
Infelizmente, neste cenário em que se faz mais urgente do que nunca a construção de uma alternativa de direção para a categoria, a oposição bancária está dividida em vários agrupamentos. Um deles é o Movimento Nacional de Oposição Bancária (MNOB), criado em 2004. Parte dos bancários e bancárias que hoje compõem o bloco Somos Tod@s CSP Conlutas, que acaba de sair de uma vitoriosa intervenção no congresso da central, resolveram sair do MNOB, movimento que até então construíam, para empregar suas forças na construção de uma alternativa de direção que tenha um papel agregador da oposição que se encontra tão dispersa quando deveria estar unida.
A atuação do bloco Somos Tod@s CSP Conlutas no 3° Congresso da central teve como marca exatamente apontar a necessidade da mais ampla unidade para lutar contra os ataques de Temer e do Congresso Nacional e, por outro lado, de construir, com todos que estiverem dispostos, uma alternativa de direção contra as burocracias sindicais que ainda dirigem a maioria da nossa classe. Essa é também a necessidade das bancárias e bancários, não só para defender a própria categoria, mas para estar à altura de defender, junto com o restante da classe trabalhadora, esse patrimônio tão importante que são os bancos públicos.
Veja na íntegra a carta de ruptura com o Movimento Nacional de Oposição Bancária (MNOB):
Por que estamos saindo do Movimento Nacional de Oposição Bancária (MNOB)?
A categoria bancária está sofrendo inúmeros ataques. A CONTRAF/CUT, com sua estrutura completamente burocratizada, mostra-se incapaz de dar uma resposta à altura, demonstrando que está de vez falida para as lutas. Vivemos em um cenário que exige organização da base e urgência para construir uma alternativa de direção para a categoria.
O Movimento Nacional de Oposição Bancária (MNOB), fundado em 2004, cumpriu um papel importante, sendo um instrumento valioso na construção dessa alternativa. Mas hoje, infelizmente, o que vemos é a fragmentação das oposições em diversos grupos pelo país, sendo o MNOB somente mais um deles.
Por isso, nós, bancários e bancárias, militantes das organizações que assinam essa nota, além de independentes de vários estados do país, tomamos a decisão de não mais fazer parte do MNOB.
Entendemos que é preciso buscar unidade para enfrentar o cenário adverso que vivemos na conjuntura nacional. Para tanto, jogaremos as nossas forças na construção de uma alternativa de direção para os bancários, que englobe mais do que aqueles e aquelas que hoje compõem o MNOB.
Chamamos a mais ampla unidade dos setores que se propõem a lutar pela categoria. Este é o objetivo de todos os bancários e bancárias que fazem parte do bloco “Somos tod@s CSP CONLUTAS”.
Assinam as organizações e os ativistas:
MAIS (Movimento por uma Alternativa Independente e Socialista)
MES (Movimento de Esquerda Socialista)
NOS (Nova Organização Socialista)
Bahia: Oposição BA: Renata Mallet Guena , Welligton Gardin, Sostenes Brilhante Rodrigues Silva, Jeciné do Nascimento Almeida
Brasília: Oposição DF : Mychel Douglas Sousa , Ivone Vidal Lisa;
Ceará: Oposição do Ceará: Thiago Chaves Sabino; Henrique Eduardo Barroso Moreira (Diretor da AFBNB), Francisco de Assis Araújo (Diretor da AFBNB)
Minas Gerais: Oposição BH: Carine Martins Vieira , Alexandre Zambelli Loyola Braga, Juliana Selbach
Pará: Silvio Kanner- Presidente da Associação dos Empregados do BASA (AEBA)
Paraná: Curitiba: Marcos Vinicius da Silva
Pernambuco: Oposição Recife: Leodete Sandra Cavalcanti Silva (Conselheira Fiscal da CASSI),
Rio de Janeiro: Oposição Rio de Janeiro:Patricia Vale Ribeiro, Moara Fernandes Souza, Pedro Bretas, Renato Gardel, Jacy Menezes, Mariana da Costa Menezes, Gleide Almeida da Rocha,
Rio Grande do Norte: Conselho Fiscal do Sindicato do Rio Grande do Norte: Juary Chagas
Rio Grande do Sul: Porto Alegre: Mariana Vargas
São Paulo: Capital: Juliana Publio Donato de Oliveira, Bento José C Damasceno Ferreira, Mayara Conti, Helio Takao Konishi, Andre Luis Do Prado, Thais Zapala Stegle; Araquara: Mauricio Salgado Aguena ; Mogi: Leandro Henrique Miranda Avistá
Comentários