A corrida é desigual e antidemocrática. As regras eleitorais pioraram ainda mais para os partidos de esquerda. A Reforma Política de Cunha prejudicou muito os candidatos que não são dos grandes partidos ligados à máquina estatal, os partidos da ordem. Justamente os candidatos que se colocam contra os ataques à classe trabalhadora é que estão ficando de fora dos debates na TV.
Nesta segunda-feira (22), será o primeiro debate em São Paulo. Não serão vistas na televisão nem as posições de Erundina, da coligação PSOL e PCB, nem de Altino (PSTU). Exatamente as candidaturas que representam as lutas da classe trabalhadora e que se contrapõem às da direita reacionária e do atual prefeito Haddad (PT).
A regra atual obriga as emissoras de televisão a convidarem para os debates somente os candidatos dos partidos que possuem no mínimo dez deputados na Câmara Federal. Mas, mesmo se as emissoras de TV tiverem acordo em chamar os candidatos, dois terços dos demais têm o poder de veto. No debate da Bandeirantes que se realizará nesta segunda, João Dória (PSDB), Marta Suplicy (PMDB) e Major Olímpio, por exemplo, vetaram a participação de Luiza Erundina (PSOL), que está com 10% das intenções de voto, à frente de João Dória e do Major Olímpio. Os candidatos dos grandes partidos, mesmo que não estejam nos primeiros lugares nas pesquisas, vão se utilizar dessa regra para levar mais vantagem.
Mais antidemocrático, impossível. O tempo de televisão para os candidatos da esquerda socialista também é ínfimo. Altino vai ter somente cinco segundos e Erundina dez. Querem obrigar a população a engolir os candidatos do Temer, a Marta Suplicy, do Alckmin, o João Dória e de Dilma, o Haddad. Caberá aos trabalhadores e aos movimentos sociais denunciar mais ataque aos já poucos direitos democráticos que nos restam e fazer com que a insatisfação popular existente com a situação social e política se volte contra os detentores do poder, nas lutas e também nestas eleições.
Comentários