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EDITORIAL

O que revelam as primeiras pesquisas eleitorais?

A primeira rodada de pesquisas apresentou o cenário inicial da corrida eleitoral em diversas capitais. Ainda que seja muito cedo para traçar um prognóstico consolidado, é possível sugerir algumas tendências.

De acordo com o Ibope, os candidatos da direita estão na dianteira na grande maioria das capitais pesquisadas: São Paulo (Russomanno), Rio de Janeiro (Crivella), Curitiba (Greca), Salvador (ACM Neto), Fortaleza (Roberto), Belo Horizonte (João Leite), Vitória (Amaro Neto), Natal (Carlos Eduardo). Ou seja, uma ampla gama de legendas fisiológicas e conservadoras repartem os postos de liderança: PSDB, PRB, PMDB, DEM, PDT, SD, PMN.

Por sua vez, o PT inicia a campanha com perspectivas desalentadoras. Segundo as pesquisas divulgadas até aqui, nas capitais, o partido lidera apenas em Recife. Em muitas delas, o PT não apresentou nome ou tem candidaturas pouco competitivas, isto é, que registram intenções de voto abaixo dos 10%. Já o PCdoB, fiel aliado do petismo, só aparece em primeiro lugar em Aracaju.

Pela esquerda, as candidaturas do PSOL estão bem posicionadas em cidades chaves. Luciana Genro lidera em Porto Alegre (23%), Marcelo Freixo figura na segunda posição no Rio de Janeiro (12%) e Luiza Erundina aparece em terceiro lugar em São Paulo (9%). O PSTU apresenta bons desempenhos com Vanessa Portugal em Belo Horizonte (5%) e Vera em Aracaju (7%).

Tendências: declínio do PT, crescimento da direita e reorganização na esquerda
As eleições desse ano vão refletir o último período de crise e instabilidade. A maior vítima desse processo certamente será o PT. O partido de Lula deve levar um tombo histórico em outubro: provavelmente perderá boa parte de suas prefeituras e também um número recorde de vereadores.

Ainda não está nítido o impacto que a crise política terá sobre os partidos tradicionais da direita, mas é provável que o PSDB e o PMDB mantenham seu peso relativo.

Novas figuras, vindas de fora da política tradicional, muitas vezes de perfil conservador e de extrema-direita, com o discurso anticorrupção e pautas reacionárias, devem ganhar mais espaço. Esse fenômeno já se reflete, por exemplo, no peso adquirido pelas candidaturas de Flávio Bolsonaro no Rio e Capitão Wagner em Fortaleza.

Por outro lado, o PSOL e a Rede de Marina devem crescer no espaço de centro-esquerda e esquerda deixado pelo desgaste do PT. A rigor, o PSOL disputa hoje a hegemonia político-eleitoral no campo da esquerda em muitas capitais e cidades importantes. O sistema atua para impedir que essas candidaturas ocupem o espaço existente pela crise do PT, impedindo, por exemplo, a participação de Marcelo Freixo(PSOL) e Erundina(PSOL) nos debates, assim como de outros candidatos da esquerda socialista.

Contra a direita e o PT, fortalecer a esquerda socialista!
Nessas eleições, para enfrentar a direita e o petismo, é preciso fortalecer as candidaturas da esquerda socialista. Por isso, o MAIS apoia diversas candidaturas do PSOL, do PSTU e do PCB país afora.

Defendemos nos últimos meses a conformação da Frente de Esquerda e Socialista. Porém, infelizmente, uma alternativa eleitoral que agregasse o PSOL, PSTU, PCB e os movimentos sociais não foi possível na maioria das cidades. Lamentados muito esse fato, pois com a unidade da esquerda combativa teríamos mais força para enfrentar os desafios colocados.

Em sua campanha, o MAIS defenderá um programa anticapitalista, para que as cidades estejam voltadas aos interesses dos trabalhadores, da juventude e do povo pobre e oprimido. Também aproveitaremos o período eleitoral para fortalecer as lutas em curso e defender a mobilização social contra o governo Temer e seus ataques ao povo trabalhador.