Um militar da ativa dos Estados Unidos morreu após atear fogo em si mesmo do lado de fora da embaixada israelense em Washington, D.C., no domingo. A autoimolação foi um protesto contra o ataque de Israel a Gaza, que ocorre desde outubro.
Aaron Bushnell era um soldado de 25 anos da Força Aérea dos Estados Unidos. Antes da ação, ele postou um vídeo na Twitch explicando sua motivação. Uma versão censurada da transmissão foi postada no Twitter pela jornalista Talia Jane.
“Não serei mais cúmplice de genocídio”, diz Bushnell no vídeo. “Estou prestes a me envolver em um ato extremo de protesto, mas comparado ao que as pessoas têm experimentado na Palestina nas mãos de seus colonizadores, não é nada extremo. Isso é o que a nossa classe dominante decidiu que será normal.”
No clipe, Bushnell, que está usando sua farda, embebe-se em gasolina e se acende em chamas enquanto grita: “Palestina livre!” As chamas acabaram por ser apagadas por membros do Serviço Secreto. Bushnell sucumbiu aos ferimentos em um hospital de Washington DC mais tarde naquela noite.
Várias pessoas que conheciam Bushnell entraram em contato com Jane para compartilhar suas memórias dele.
“Ele era um dos companheiros mais íntegros que já conheci”, disse um. “Ele estava sempre tentando pensar em como podemos realmente alcançar a libertação para todos com um sorriso no rosto”, disse outro.
Bushnell também fez uma publicação no Facebook na manhã anterior a colocar-se fogo em si próprio. “Muitos de nós gostamos de nos perguntar: ‘O que eu faria se estivesse vivo durante a escravidão? Ou a leis de Jim Crow no Sul? Ou o apartheid? O que eu faria se meu país estivesse cometendo genocídio?” A resposta é: você está fazendo isso. Neste momento”, lia-se.
Desde outubro, milhares de americanos protestam contra os ataques contínuos de Israel a Gaza e o apoio do governo dos Estados Unidos aos bombardeios. Em dezembro, um manifestante ficou gravemente ferido após atear-se fogo em frente ao consulado israelense em Atlanta. Uma bandeira palestina foi encontrada no local.
O presidente israelense, Benjamin Netanyahu, busca a aprovação do gabinete para uma invasão de Rafah, apesar de um cessar-fogo temporário estar sendo negociado. “Isso tem que ser feito”, disse Netanyahu recentemente. “Porque a vitória total é o nosso objetivo, e a vitória total está ao nosso alcance.”
Mais de 30.000 palestinos foram mortos até agora, mais da metade das mortes foram mulheres e crianças.
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