A região Metropolitana de Belém é a terceira mais desigual do país do ponto de vista econômico e social. Cerca de 23% da população sobrevive com uma renda per capita que varia de um oitavo a um quarto de salário mínimo. E 80% da população tem renda de até 2 salários mínimos.
Esse aumento, se homologado, vai consumir 20% da renda de um trabalhador que pega duas conduções diárias e recebe 1 salário mínimo. É um aumento inviável pra população.
O povo já não aguenta mais tanta inflação, carestia, fome e desemprego. O aumento do preço dos combustíveis não pode ser o único e nem o principal critério para a definição da tarifa. As condições de vida da população e a qualidade do serviço é que tem que ser levado em consideração antes de qualquer coisa.
Todo mundo sabe que se esse aumento for homologado, as condições dos ônibus não vão melhorar. Ao contrário, é possível que mais gente deixe de andar de ônibus por conta do preço da passagem e os empresários reduzam mais ainda a frota porque não querem ver seus lucros diminuírem.
O sistema de transporte coletivo da Região Metropolitana de Belém está falido. Não serve mais. É preciso discutir amplamente com a população projetos e soluções estruturais em relação ao modelo de financiamento e gestão. O transporte como direito social é incompatível com uma gestão empresarial que só visa o lucro. Os empresários não querem melhorar a qualidade da frota e do serviço porque isso diminui o lucro deles. Transporte público é direito e não mercadoria. É preciso conhecer a experiência de outros municípios nesse terreno para construir um novo modelo para nossa cidade que parta dessa compreensão de que o transporte público de qualidade é um direito da população.
O Prefeito Edmilson Rodrigues tem a obrigação de VETAR esse aumento absurdo. Além disso, não pode permitir que a Guarda Municipal trate estudantes que estão protestando contra o reajuste como se fossem bandidos, reprimindo e agredindo os manifestantes que tem todo o direito de lutar contra o reajuste da tarifa, como ocorreu na manhã de hoje. Todo o apoio à luta contra o aumento da passagem!
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