O espírito do nosso povo em meio a dor e sofrimento que se vive na Bahia é de solidariedade. Tem muita gente doando dinheiro, alimentos, tempo, energia, o que tem e às vezes o que não tem para salvar vidas e reconstruir histórias.
A postura do presidente genocida, Jair Bolsonaro (PL) é oposta. Há alguns dias já tem causado indignação ao posar passeando de jet sky exatamente nos dias que as chuvas aumentaram exponencialmente, trazendo pânico ao estado mais populoso do Nordeste. Neste momento, prossegue em seu espetáculo, divertindo-se em um parque de diversões em Santa Catarina, dirigindo um carro em um show de acrobacias.
Ele consegue superar o que parece o extremo do absurdo. Nada justifica negar ajuda humanitária quando se vive uma tragédia. O Itamaraty rejeitou nesta quarta, 29, a oferta feita pela Chancelaria da Argentina, de 10 especialistas, que atuam em operações de socorro. A oferta incluía dez profissionais especializados em água e saneamento (incluindo insumos necessários para a purificação da água, desinfetantes, saneantes); em logística (montagem e desmontagem de casas e abrigos para quem ficou sem casa ou teve que abandoná-la); e no recebimento, classificação e armazenamento de doações para evitar sobreposição de recursos, segundo o Ministério de Relações Exteriores da Argentina. O pedido foi intermediado pelo governo da Bahia, mas foi negado pelo governo federal, através do Ministério das Relações Exteriores. O governador da Bahia, Rui Costa, já afirmou que irá aceitar diretamente a ajuda.
O presidente e seus ministros têm dado declarações confusas sobre os recursos que serão liberados para a catástrofe. Fala-se em 200 milhões (o que já seria pouco, a necessidade é na escala de bilhões). Um decreto presidencial estabelece, contudo, esse valor para todo o país, e destes, 80 milhões para todo o Nordeste. O ministro da Saúde fala em 7 a 12 milhões pelo Ministério da Saúde, valor igualmente irrisório. Mas até agora o governo federal não fez praticamente nada.
Apesar de ter justificado que a ajuda da Argentina “não era necessária”, depois da péssima repercussão, o presidente afirmou, também no Twitter, que o Itamaraty teria aceitado doações da agência de cooperação do Japão (JICA). “São barracas de acampamento, colchonetes, cobertores, lonas plásticas, galões plásticos e purificadores de água, que chegarão à Bahia por via aérea e/ou serão adquiridos no mercado brasileiro”, disse ele.
Não podemos aceitar tamanha insensibilidade e irresponsabilidade do presidente da República no momento em que o país vive mais um desastre socioambiental. Que ele seja responsabilizado por mais esta atitude genocida.
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