Estava marcada para as 9h de hoje, a manifestação em defesa da Democracia, antirracista e antifascista em Belém do Pará. Infelizmente, a mobilização pacífica e que visava acontecer respeitando as normas de isolamento social indicadas pela OMS, não pode ocorrer, por conta da arbitrariedade da Polícia Militar do governador.
Manifestantes sendo revistados.
A PM, munida de todo o seu aparato repressivo, como tropa de choque e cavalaria, atuou desde as primeiras horas assediando e humilhando os manifestantes. Montou-se barreiras policiais nas ruas de acesso à Praça de São Brás, onde revistava-se quem se dirigia para a manifestação, cartazes e até álcool em gel estavam sendo apreendidos. Às 9:40, não satisfeitos com o seu trabalho sujo, a polícia diretamente ocupou a Praça, retirando os manifestantes de lá, aniquilando o direito de livre manifestação e de ir e vir dos cidadãos lá presentes. Depois das 10h, a PM prosseguiu para começar as detenções arbitrárias. Pessoas que estavam simplesmente andando na rua e até mesmo já retornando para as suas casas foram detidas e levadas para a delegacia.
Vale ressaltar que o Decreto estadual que impede a aglomeração de mais de 10 pessoas, estava sendo seguido pelos manifestantes que se reuniam em pequenos grupos, mas que foram dispersados pelas constantes ameaças e detenções realizadas pelas forças repressoras. Ressalte-se que apesar do decreto vigente, a Constituição Federal, em seu art. 5°, incisos IV e XVI, garante o direito de livre manifestação política e de livre reunião. Todavia, o que vimos foi um desrespeito completo a nossa Carta magna, com o ato sendo frustrado antes mesmo de ocorrer, e pessoas sendo detidas dentro do transporte coletivo, por simplesmente ter uma cartolina em mãos.
Apesar do discurso pretensamente sanitário, as autoridades públicas do Estado do Pará, já estão pouco se importando com a saúde da população. Desde o início deste mês, diversas atividades econômicas já foram reabertas por pressão do empresariado. Ontem o comércio e os shoppings já estavam em pleno funcionamento, em frente a um deles, havia até mesmo fila que dobrava a esquina para adentrar. Ou seja, já não há mais uma preocupação sanitária por parte do poder público, pois flexibiliza a quarentena quando o nosso Estado sequer chegou ao pico da curva. O que se evidencia é uma medida completamente autoritária negando o direito constitucional de manifestação, e uma série de violência físicas e verbais praticadas pela truculenta polícia estadual.
No 18° mês de gestão, a máscara de Hélder vai caindo. Nem o pesado marketing financiado pelos cofres públicos são capazes de garantir a imagem de “bom moço” do governador. Tornou-se, assim como o gestor federal, um genocida por liberar o povo para a rua, antes do pico da epidemia no Estado. E se aproxima cada vez mais, do fascismo defendido por Bolsonaro, quando, há seis meses, reprimiu duramente os servidores públicos para aprovar a reforma da previdência estadual na ALEPA, e hoje quando enviou a sua polícia para esculachar os manifestantes e impedir que um ato pacífico e com distanciamento social ocorresse.
Exigimos a liberdade imediata para os mais de 50 companheiros nossos que estão detidos injustamente nas delegacias da cidade! Abaixo o autoritarismo! Em defesa da Democracia! Seguimos na luta Antifascista e Antirracista.
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