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BRASIL

Servidores públicos em greve realizam protesto em Belém

Will Mota, de Belém, (PA)

Cerca de 300 servidores públicos e estudantes participaram nesta quarta-feira (03), em frente ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA), em Belém, do Dia Nacional de Luta em defesa dos serviços públicos, convocado pelo Fórum Nacional de Entidades dos Servidores Federais.

A manifestação em Belém foi articulada pelos trabalhadores em greve da UFPA e UFRA desde o dia 11 de março, em conjunto com os professores e técnicos do IFPA que iniciaram sua greve hoje, entidades sindicais dos docentes da UFPA e UEPA, além dos servidores municipais, que também estão em greve desde o dia 26 de março, e segmentos do funcionalismo estaduais em mobilização contra a política de arrocho do governo do Estado. Técnicos da UFOPA e UNIFESSPA também estão em greve desde o dia 11 de março e articularam manifestações em Santarém e Marabá.

A realidade de desvalorização, péssimas condições de trabalho e perdas salarias propiciou a construção dessa importante unidade entre diferentes categorias do funcionalismo público das 3 esferas de governo. “É fundamental que o movimento ganhe o apoio da sociedade para que os governos atendam a pauta de reivindicações dos servidores, pois essa pauta não é uma pauta corporativa, mas uma pauta que busca melhorias no atendimento da sociedade, mais verbas e melhores condições de atendimento ao público em todas as esferas (Educação, saúde, assistência social, etc.). Não admitimos que haja dinheiro para o centrão, para os bancos, mas não tenha recursos para repor as perdas de quem garante o funcionamento da máquina pública no país, como os hospitais, universidades e institutos federais”, afirmou Tais Ranieri, do comando de greve dos Técnico-Administrativos da UFPA.

Situação mais delicada ainda vivem os servidores municipais em greve, pois a grande parte da categoria recebe R$ 1007,00 de salário base, abaixo do mínimo. E a proposta de reajuste da Prefeitura de Belém é de 3,62%, o que dá cerca de R$ 37,00 reais de aumento, insuficiente para comprar 1 litro de açaí. Além disso, a prefeitura de Belém não propôs nenhum centavo de reajuste no auxílio-alimentação, que hoje é de apenas R$ 370,00 reais. “Um governo que nós ajudamos a eleger nós temos não só o direito de cobrar, mas o dever de cobrar para que cumpra suas promessas de campanha, sob pena de desmoralização dos movimentos sociais e fortalecimento da extrema-direita fascista”, afirma Josyanne Quemel, do comando de greve dos servidores municipais.

Outra data unificada de paralisações e protestos será articulada com a perspectiva de ampliação do movimento de greve até que os governos atendam as legítimas cobranças do funcionalismo público.