Entrevista com Waldo Mermelstein e Enio Bucchioni
Publicado originalmente no Blog Convergência
Apresentação: Luis Gustavo
Desde tempos remotos, a experiência de sair de sua vila natal marca a vida de um jovem. Os exemplos na literatura abundam; mais além das páginas de fantasia, também a realidade foi fertilizada pelas possibilidades abertas no ato de buscar novos ares, de Heródoto a Marco Polo. Jovens que, sob a ditadura brasileira iniciada em 1964, decidissem sair de seu país podiam arriscar também uma nova conjuntura política. A apenas uma cordilheira de distância, o Chile oferecia, em 1970-3, um porto natural para as ambições de quem desejasse ver a classe trabalhadora em ação. O diretor Patricio Guzmán, em 1975, retrata aquele momento no excelente documentário de 285 min intitulado “Batalha do Chile”, cujas três partes podem ser vistas aqui (parte 1, parte 2, parte 3).
Tratava-se do maior processo revolucionário do continente após os levantes de Cuba e Bolívia, e teve um reflexo distorcido na eleição de Salvador Allende, do Partido Socialista, o epicentro dos eventos. Cruzando as fronteiras geopolíticas como quem penetra camadas nas quais o ritmo histórico se acelera, os jovens Waldo Mermelstein e Enio Bucchioni imiscuíram-se num grande fluxo de aprendizado, debates, vivências profundas cujo resultado direto alguns anos depois foi, de forma demonstrável, a fundação da corrente morenista no Brasil, da qual é herdeira o PSTU. Nessa entrevista à Tv Opinião, os dois desfiam suas impressões e opiniões, renovando um debate essencial para a esquerda brasileira atual.
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