Proposta da empresa é de 0.9 no Programa de Participação de Resultados (PPR) e empregados podem deflagrar greve a qualquer momento
Coluna Rádio Peão
Nesta segunda feira, dia 14 de maio, a CSN anunciou mais um recorde de lucros, saltando para R$ 1,486 bilhões. A divisão de siderurgia respondeu por 67,5 % da receita líquida do período, com alta de 20 % ante um ano antes devido, principalmente, ao aumento de volume comercializado no mercado interno e ao maior preço médio do aço comercializado no Brasil e no exterior. Pouco antes de anunciar estas cifras, a CSN divulgou a venda de sua participação na subsidiária nos Estados Unidos por cerca de 400 milhões de dólares.
Trabalhadores: participação nos lucros ou nos prejuízos?
Em contrapartida, a empresa oferece aos seus trabalhadores um Programa de Participação no Lucros e Resultados de apenas 0.92, ou seja, se um trabalhador ganha R$ 1 mil, este receberia uma PPR de R$ 920.
As vacilações do sindicato
O Sindicato Metalúrgico de Volta Redonda é ligado à Força Sindical, que é a mesma federação sindical apoiada por Benjamim Steibruch no período da privatização da empresa. Sim, a turma ligada a Silvio Campos, atual presidente do sindicato, apoiou a privatização. A ideia de “Parceria com os Patrões” se transformou em total serventia aos donos do capital privado. Acabaram as greves, as mobilizações, o trabalho de base no chão da fábrica, a luta como um princípio mobilizador e libertador. As assembleias deram lugar a votações dos trabalhadores em urnas. Claro, essa é a melhor forma de controlar o trabalhador e impedir que eles se unifiquem, todos, na porta da empresa, pressionando o sindicato. No chão da Usina cresce a revolta. Todos falam em parar. Apesar das dúvidas se o operário e operária CSN topariam uma greve, vários grupos se formaram dentro da usina com um único objetivo: exigir que paguem a PLR.
Assembleia na quinta-feira (18)
Caso a nova proposta da empresa, que será anunciada nesta terça-feira (15), seja inferior a 2.4, que foi o valor do ano passado, o trabalhador deve se preparar para essa assembleia:
> Não aceitar proposta abaixo de 2.4;
> Votar “Estado de Greve”, mas só deflagrar a greve com o pagamento do mês de maio na conta. Não podemos ir à greve sem dinheiro;
> Exigir anulação das comissões de negociação da PPR. Construir junto com o Sindicato um Comando de Negociação composto por trabalhadores eleitos na assembleia, que irão participar junto com o sindicato das negociações e darão transparência a todo o processo. Os trabalhadores desta nova Comissão devem ter estabilidade de um ano sem que sejam demitidos;
> Convocar a máxima união e solidariedade dos trabalhadores da CSN junto com a sociedade civil organizada de Volta Redonda. Movimentos Sociais, Estudantil, MST e MTST, partidos, OAB, Direitos Humanos, parlamentares, e todos que queiram ajudar barrando as entradas, e apoiando nossa luta.
*Miguel é metalúrgico e militante da Resistência-PSOL
Foto: Gabriel Borges
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