Por: Henrique Canary, colunista do Esquerda Online
No último domingo, dia 29 de outubro, foi ao ar no Fantástico uma matéria supostamente histórica e supostamente informativa sobre o centenário da Revolução Russa. A reportagem, assinada por Pedro Vedova, é um amontoado de bobagens sem sentido, distorções históricas, mentiras, anacronismos, apelos sensacionalistas e tudo mais que existe de pior no jornalismo da Globo.
É incrível como é fácil hoje em dia fazer reportagens banais sobre a Revolução Russa! Basta uma rápida pesquisa nos arquivos de imagens da internet, algumas cenas de algum filme de Serguei Eisenstein, algumas tomadas aéreas de drones em Moscou ou São Perterburgo e… voi lá! Eis uma reportagem! Despreza-se a verdade histórica em nome de um sensacionalismo barato que só tem como objetivo destruir a imagem da Revolução Russa e do socialismo no imaginário popular.
Para não nos alongarmos, trataremos, uma por uma, as 14 bobagens sem sentido, mentiras e distorções presentes na péssima matéria que foi ao ar.
1) Diz a reportagem, referindo-se à dimensão territorial da Rússia: “Para controlar esse gigante, os russos recorreram a autocratas, soberanos que exercem um poder absoluto”.
Bobagem sem sentido. Essa tese não é nova, e não se confirma pela pesquisa histórica séria. Não há uma relação direta entre extensão territorial e regime político. Se fosse assim, o povo russo estaria condenado a viver eternamente sob uma ditadura. Aliás, o objetivo dessa frase senso-comum é justamente esse: insinuar a ideia de que a Rússia sempre foi e sempre será uma ditadura, não importa o que aconteça.
2) Diz a reportagem, referindo-se à diversidade nacional russa: “São mais de 100 etnias dentro da Rússia”
Impreciso. Dados do último censo completo (2010) mostram que a Federação Russa é habitada por cerca de 460 povos. Isso inclui povos numerosos, como os russos (111.016.896 de pessoas) e os tártaros (5.310.649 de pessoas). Mas existem também 84 povos que têm apenas um representante, como o iuguen, o eves, o yakholchu e muitos outros. Evidentemente, são povos em via de extinção, mas reconhecidos hoje como existentes.
O mesmo ocorre com as línguas. No território da Federação Russa são falados cerca de 170 idiomas. Alguns amplamente, como o russo (137.494.893 falantes), ou o tchetcheno (1.354.705 falantes), até idiomas falados por uma única pessoa, como o iugski, o khiri-moto, o bakve e tantos mais. Também são línguas em extinção, mas existem.
3) Diz a reportagem, referindo aos sovietes: “O povo ganhou voz nos sovietes, palavra russa para ‘conselho’. Lenin liderava a ala mais radical, os bolcheviques, ‘maioria’ em russo”
Confusão e desinformação. É verdade que o povo ganhou voz nos sovietes. Mas a frase seguinte fala dos bolcheviques, passando a ideia errada de que os bolcheviques eram a ala mais radical dos sovietes. Isso é uma besteira. Os bolcheviques eram a ala mais radical do Partido Operário Social-Democrata Russo, fundado em 1898.
4) Diz a reportagem, referindo-se ao reinado de Nikolai II: “Um ano depois da coroação do novo czar, Nikolai II (1895), Lenin foi exilado”
Impreciso. Primeiro: a data está errada. Nikolai II foi coroado em 1896, e não 1895. Mas tudo bem. O fato em si é verdadeiro, mas a frase é dita depois do trecho sobre os sovietes e os bolcheviques, passando uma visão cronológica completamente errada sobre o processo. Primeiro veio a coroação do novo czar (1896) e o exílio de Lenin (1897), depois vieram os bolcheviques (1903) e os sovietes (1905), e não o contrário, como sugere a reportagem.
Aproveito para dizer que na cerimônia de coroação de Nikolai II houve um tumulto generalizado onde morreram pisoteadas 1.429 pessoas e cerca de 9.000 ficaram feridas. Na noite do mesmo dia, Nikolai II compareceu a um banquete oferecido pela Embaixada da França, como se nada tivesse acontecido. Eis o “inocente” e “humano” Nikolai II. Mas voltaremos a ele mais tarde.
5) Diz a reportagem, referindo-se às consequências da Guerra Russo-Japonesa: “O protesto mais famoso ficou conhecido como Domingo Sangrento”
Desinformação. Por que foi sangrento? Quem derramou o sangue de quem? Da forma como foi dito, parece que a violência foi exercida pelos manifestantes (vândalos mascarados? black blocs?). Pois vamos aos fatos: o Domingo Sangrento foi um protesto absolutamente pacífico que se dirigiu ao palácio do governo na manhã do dia 9 de janeiro de 1905 para informar o czar (os manifestantes eram tão ingênuos que pensavam que o czar estava mal informado sobre a situação no país) sobre os horrores da guerra e pedir a ele medidas. Com medo e ódio do povo, o czar mandou abrir fogo contra a multidão. O governo do czar admite 930 mortes e 333 feridos. Mas fontes independentes falam de pelo menos 1.500 mortos e cerca de 4.000 feridos.
Aproveito para lembrar mais mortes: as causadas pela própria Guerra Russo-Japonesa, ou seja, mortes a mando do czar Nikolai II. Foram 71.453 mortos e 146.032 feridos segundo fontes oficiais. Anotaram? Não? Pois anotem, porque haverá mais mortes a mando dele ainda neste artigo.
6) Diz a reportagem, referindo-se à Revolução de Fevereiro: “As pessoas foram para as ruas e aconteceu uma revolução apartidária”
Isso é uma bobagem tão grande, que é difícil classificar. Em história, chama-se “anacronismo” (do grego ἀνά “contra” e χρόνος “tempo”, ou seja, algo como “fora do tempo” em tradução livre). Significa atribuir a uma época passada valores e conceitos que não existiam, ou julgar essa época passada segundo os valores que temos hoje em dia.
Então, primeiro que o conceito de “apartidário” não existia. Segundo, mesmo que existisse, não seria o caso da Revolução de Fevereiro. A Revolução de Fevereiro foi uma revolução espontânea (não preparada). Isso é verdade. Mas dizer “apartidária” passa a falsa impressão de que os partidos políticos não tiveram participação no processo.
A matéria deveria ter dito que o governo que assumiu era bem “partidário”! Seus membros eram, quase todos, do partido dos constitucionalistas-democratas, um partido liberal de oposição ao czar.
A bobagem sobre o “apartidarismo” da Revolução de Fevereiro tem um objetivo claro: insinuar que a Revolução de Fevereiro foi uma revolução verdadeira e genuína, enquanto a Revolução de Outubro (consciente, preparada) teria sido um simples “golpe” dos bolcheviques. Quem diz essa estupidez precisa explicar como um simples “golpe” conseguiu mudar a história da humanidade! E se foi um mero “golpe” sem legitimidade, por que os bolcheviques não foram derrubados logo em seguida? Como conseguiram mobilizar um exército voluntário de 5 milhões de pessoas para defender esse “golpe”? Será que 5 milhões de pessoas armadas e prontas para entregar a própria vida não é uma prova de que estamos diante de uma… revolução?
7) Diz a reportagem sobre o retorno de Lenin à Rússia, depois da Revolução de Fevereiro: “Ele (Lenin) trazia as Teses de Abril, resumidas no lema “Paz, Pão e Terra”.
Impreciso. Primeiro que Lenin não “trazia” as Teses de Abril, porque Lenin não era Moisés e as Teses de Abril não eram os 10 Mandamentos que Moisés trouxe da Monte Sinai. Na verdade, as Teses de Abril foram escritas por Lenin na própria Rússia (embora as ideias fundamentais já tivessem sido expressas por ele em cartas enviadas da Suíça à Rússia). Mas o mais importante não é isso. O mais importante é que é imprecisa a identificação das Teses de Abril unicamente com o lema “Pão, Paz e Terra”. Havia outras organizações que defendiam esse mesmo lema. O centro das Teses de Abril era a ideia de que o Governo Provisório não daria “pão, paz e terra” e que, justamente por isso, era preciso continuar a revolução e instaurar um governo dos sovietes, que desse pão, paz, terra e também uma nova constituinte. Portanto, o centro das Teses de Abril era “Todo o poder aos sovietes!”. Era isso que distinguia os bolcheviques dos outros partidos, não “Pão, Paz e Terra”.
8) Diz a reportagem, referindo-se à Revolução de Outubro: “Os bolcheviques começaram outra revolução”.
Bobagem. Os bolcheviques não “começaram outra revolução”. Na verdade, o processo revolucionário continuou se desenvolvendo desde fevereiro, e culminou com uma insurreição armada dirigida pelo Soviete de Petrogrado na noite de 24 para 25 de outubro (6 para 7 de novembro, segundo o calendário gregoriano).
Mas, o mais importante é: Por que o processo continuou? Por que as pessoas continuaram mobilizadas até outubro? Por que não se “contentaram” com a queda do czar? Exatamente porque o Governo Provisório (capitalista) não cumpriu nenhuma de suas promessas. A Revolução de Fevereiro foi vitoriosa no sentido de derrubar o czar, mas foi fracassada em seus propósitos mais profundas: a Rússia se manteve na Primeira Guerra Mundial, não foi feita a reforma agrária, as cidades continuaram passando fome, a república não foi decretada. Justamente por isso, os operários, camponeses e soldados (e não os malvados bolcheviques) fizeram outra revolução. Os bolcheviques organizaram e dirigiram a revolução. Quem a “fez” foi o povo.
E já que falamos em guerra, chegou agora a hora de lembrar mais mortes provocadas pelos desmandos de Nikolai II: na Primeira Guerra Mundial morreram 2 milhões de soldados russos e 5 milhões ficaram feridos, tudo isso porque Nikolai II queria agradar a França e a Inglaterra e estava interessado em alguns territórios do Império Austro-Húngaro e do Império Alemão. Eis a grande vítima da “crueldade bolchevique”.
9) Diz a reportagem sobre a derrubada do Governo Provisório: “O Governo Provisório se escondeu no Palácio de Inverno, mas se rendeu sob a mira do navio Aurora”.
Impreciso. Teria que dizer que Kerenski, chefe do Governo Provisório, fugiu antes, com medo, e deixou seus ministros sozinhos no Palácio de Inverno para “defenderem o governo”. Também não é certo que os ministros se renderam “sob a mira do navio Aurora”. Na verdade, o cruzador Aurora tinha ordens para atirar apenas com tiros de festim. A rendição dos ministros foi algo muito mais patético do que trágico. Foi assim:
Na noite do dia 25 para o dia 26, alguns ministros de Kerenski continuavam reunidos no interior do Palácio de Inverno, que neste momento era defendido apenas por alguns estudantes do Colégio Militar e por um batalhão feminino fiel ao Governo Provisório (todas as outras unidades do exército já haviam passado para o lado dos rebeldes). O Comitê Militar Revolucionário (órgão subordinado ao Soviete de Petrogrado) designou o bolchevique e oficial de carreira do exército Vladimir Antonov-Ovseenko para dirigir o assalto ao palácio. Antonov-Ovseenko determinou que o cruzador de guerra Aurora, ancorado no rio Neva, se deslocasse para a frente do Palácio de Inverno, localizado junto ao rio, e apontasse seus canhões contra o prédio.
Por terra, do lado oposto, as tropas revolucionárias se posicionaram na entrada do palácio. Às 21:40 o Aurora disparou seu canhão de proa com um tiro de festim, dando o sinal para a invasão do prédio. Em 15 minutos de tiroteio, metade do contingente que defendia o palácio já havia abandonado suas posições. À 00:40 do dia 26, os rebeldes conseguiram finalmente entrar no prédio. No interior do edifício, os dois lados queriam evitar ao máximo um banho de sangue. Assim, quase uma hora se passou em negociações nos corredores escuros do palácio até que um pequeno grupo de soldados rebeldes, liderados pessoalmente por Antonov-Ovseenko, conseguiu chegar à sala luxuosa de paredes brancas onde os últimos membros do Governo Provisório estavam reunidos ao redor de uma enorme mesa de mármore. O diálogo que se seguiu foi o seguinte:
– Vocês são o Governo Provisório? – perguntou Antonov-Ovseenko, em tom seco.
– Somos. O que o senhor deseja? – respondeu A. I. Konovalov, vice primeiro-ministro do governo.
– Em nome do Comitê Militar Revolucionário, informo-lhes que os senhores estão todos presos!
E todos foram presos. Assim acabou o Governo Provisório. De forma patética, não heroica.
10) Diz a reportagem, referindo-se à Assembleia Constituinte: “Os bolcheviques não eram unanimidade, tanto que perderam a primeira eleição, mas assumiram o governo na marra”.
Mentira e bobagem. A reportagem confunde fatos distintos. Os bolcheviques formaram um governo de coalizão com os socialistas-revolucionários de esquerda em 26 de outubro. Esse governo foi legitimado pelo II Congresso dos Sovietes, que detinha todo o poder no país. Ou seja, os bolcheviques não assumiram nada “na marra”. Foram eleitos em um congresso que representava todo povo trabalhador da Rússia. Em novembro de 1917 houve eleições para a Assembleia Constituinte. O governo bolchevique garantiu a realização das eleições e apresentou seus candidatos, obtendo o segundo lugar na votação, mas vencendo entre os soldados e nos centros urbanos mais concentrados. É bom lembrar também que menos da metade dos eleitores aptos a votar participaram das eleições.
Quando a Assembleia Constituinte se reuniu, em 18 de janeiro de 1918, os bolcheviques fizeram uma proposta simples: propuseram que o órgão reconhecesse os três principais decretos aprovados pelo II Congresso dos Sovietes: 1) O Decreto sobre a Paz (que preparava a saída da Rússia da Guerra), 2) o Decreto sobre a Terra (que distribuía as terras aos camponeses) e 3) o Decreto sobre o Controle Operário (que entregava as fábricas do país nas mãos dos trabalhadores). Além disso, propuseram que a Assembleia Constituinte reconhecesse a legitimidade do poder dos sovietes. A maioria dos deputados constituintes se negou a reconhecer os decretos do governo dos sovietes. Então, os bolcheviques e os socialistas-revolucionários de esquerda abandonaram a sessão.
No dia seguinte, o Comitê Executivo dos Sovietes (e não os bolcheviques, como sugere a reportagem) aprovou um decreto dissolvendo a Assembleia Constituinte por sua negativa em reconhecer o poder soviético.
11) Diz a reportagem sobre o regime político sob o governo bolchevique: “O poder passou dos sovietes para Lenin”
Mentira e bobagem sem sentido. Lenin foi, desde o início, o maior defensor do poder dos sovietes. Lenin era chefe de governo, ou seja, chefe do poder executivo. E como tal, possuía um grande poder, mas ele era eleito pelo Comitê Executivo dos Sovietes, que correspondia ao poder legislativo. O regime político sob Lenin, dentro das limitações impostas pela Guerra Civil que durou três anos, foi dos mais democráticos que a humanidade jamais conheceu. Prova disso é o florescimento das artes, da literatura, das ciências, das associações, clubes culturais, movimentos artísticos etc. Lenin fez seguidos e variados esforços para manter vivos os sovietes, que foram se tornando cada vez menos ativos à medida que a revolução socialista não avançava na Europa e a Revolução Russa se via cada vez mais isolada. Lenin percebeu o incipiente processo de burocratização e lutou contra ele com todas as suas últimas e parcas forças. Todos os seus escritos de 1922-1923 são parte da luta contra a burocratização do jovem Estado soviético. Estes artigos estão na internet, acessíveis a qualquer pessoa alfabetizada. E poderiam ter sido lidos por Pedro Vedova antes dele dizer as bobagens que disse.
12) Diz a reportagem, referindo-se à Guerra Civil: “Os bolcheviques começaram o terror vermelho”.
Mentira. O terror vermelho foi uma resposta ao terror branco, promovido pelos restos do Exército Czarista e pelos exércitos das grandes potências estrangeiras (14 no total), que invadiram a Rússia, na tentativa de afogar a revolução em sangue. Em junho de 1918 Lenin sofreu um atentado. Isso também é omitido por Pedro Vedova, que fala na deterioração de sua saúde sem mencionar o fato de que essa deterioração foi sequela do atentado sofrido. A revolução se defendeu. Montou um exército de 5 milhões de homens e mulheres e recuperou todo o terreno perdido. O terror vermelho foi aplicado contra o inimigo armado, não contra a população. O Exército Branco, ao contrário, por onde passava, enforcava a população civil que apoiava os bolcheviques.
13) Diz a reportagem, referindo-se à economia soviética: “Para reerguer a economia, Lenin fez um alistamento obrigatório para o trabalho”
Estupidez e confusão. De onde Pedro Vedova tirou isso? Só posso imaginar. É verdade que este debate ocorreu entre os bolcheviques, mas essa proposta foi rejeitada! Nunca foi implementada. O caráter ideológico desta afirmação é evidente: a Globo quer explicar os incríveis sucessos econômicos da União Soviética pela lenda da “escravização completa de toda a população pelo Estado”, quando na verdade, todo o sucesso econômico da URSS deve-se à extinção da propriedade privada, ou seja, exatamente a extinção da escravidão capitalista. É tudo exatamente o oposto do que Pedro Vedova afirma.
14) Diz a reportagem, referindo-se à ascensão de Stalin ao poder: “Na disputa pelo poder, Stalin derrotou Trotski”
Confusão. Trata o conflito Trotski-Stalin como um conflito “pelo poder”. Não foi. Era um conflito entre dois programas distintos, duas propostas absolutamente antagônicas: uma que mantinha viva a chama de Outubro, e outra que queria reduzir a revolução às fronteiras da URSS. Aqui também o caráter ideológico da afirmação é claro: querem passar a ideia de que “eram todos iguais”. Não eram. Stalin lutava pelo poder pessoal. Trotski lutava por um programa. Se Trotski lutasse por poder pessoal, teria se acomodado e aceitado os rumos que a revolução tomou. Mas não aceitou. Lutou contra degeneração stalinista e se manteve firme até ser assassinado por Stalin, em 1940, quando estava exilado no México.
Uma coisa ficou evidente depois da matéria do Fantástico: os grandes meios de comunicação tentaram, mas não puderam ignorar o centenário da Revolução Russa. Os exploradores e opressores do mundo inteiro tremem com a ideia de que um dia a experiência de Outubro possa se repetir. O canhão do Aurora ainda os faz saltar da cama. Os gritos dos soldados revoltosos nos corredores escuros do Palácio de Inverno ainda assombram as suas noites. O eco daquelas grandiosas batalhas ainda pode ser ouvido na imensidão da história, ainda faz trepidar o enorme edifício da mentira e da exploração capitalista. A Revolução Russa é o mais terrível pesadelo das classes dominantes. Para os explorados e oprimidos, porém, é uma fonte inesgotável de orgulho, inspiração e coragem.
Foto: Reprodução TV Globo
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