Da Redação
O Senado aprovou por 46 votos contra apenas 19 contrários o regime de urgência para aprovação da Reforma Trabalhista. Eles têm pressa em atacar os trabalhadores. A previsão é que no dia 11 de julho, próxima terça-feira, a matéria entre para votação no plenário. Se tudo ocorrer como previsto por Temer, a permissão para que o patrão aumente a carga horária para 48 horas semanais e 12 horas diárias valerá já em agosto.
A crise política acelerou a tramitação da reforma. Temer quer demonstrar fidelidade e tentar se fortalecer perante a crise que instalou-se com o escândalo da JBS. Além disso, o ano eleitoral se aproxima, o que pode dificultar a disposição dos senadores em aprovar um projeto impopular.
Para o presidente Michel Temer (PMDB), a aprovação desta reforma agora é caso de vida, ou morte. Ele desistiu de ter apoio popular. A única saída para Temer é mostrar “serviço” para os grandes empresários, que querem a retirada de direitos para aumentar os lucros.
Mas, a crise institucional continua. Está tramitando na Câmara dos Deputados a votação do afastamento do presidente para que ele seja julgado por corrupção. Temer, que é denunciado pelo Ministério Público Federal, escolheu como chefe desta órgão Raquel Dodge, que não foi a escolha dos procuradores federais. Geddel Vieira Lima, antigo braço direito do presidente, está preso e pode abrir a boca.
Temer ainda tem a maioria dos deputados e senadores. Mas, ele sabe que no balcão de negócios em Brasília as pessoas não são leais. O ritmo das reformas está, por enquanto, aquém dos planos iniciais do governo. A aprovação da Reforma da Previdência, que entre outras coisas prevê ter que trabalhar até 65 anos e contribuir 40 anos para o INSS para ter aposentadoria integral, ficou para o segundo semestre. Porém, a própria burguesia já reconhece que vai ser difícil, como publicou o jornal Valor Econômico, ligado ao mercado financeiro.
O governo tenta passar a impressão de que tudo está normal. Isso torna Michel Temer uma figura ainda mais ridícula. Ele parece os violonistas do navio Titanic, que afundou em 1912. Enquanto todos fugiam e o navio se despedaçava, os músicos continuaram tocando normalmente.
Foto: Antonio Cruz/EBC/Fotos Públicas
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