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MUNDO

Um chamado à unidade e à esperança. Tudo está para ser feito.

Comando de Movimentos Sociais, do Chile. Tradução de Waldo Mermelstein

A crise que abarca todas as dimensões de nossa e que se manifestou na Revolta Popular de 18 e 19 de outubro [de 2019], continua em nosso país. O roubo da terra e da água por parte das grandes empresas, o aumento dos preços sem aumentos substantivos da renda e o aumento da violência são características de uma crise marcada por uma competição brutal para sobreviver.

A revolta e o processo constituinte abriram uma janela para a mudança, que sabemos que não está fechada apesar da dura derrota eleitoral ocorrida no plebiscito. Acreditamos que este resultado tem causas múltiplas que devemos seguir avaliando, mas reconhecemos certos fatores que determinaram o resultado do plebiscito: o poder comunicacional da direita e do centro político, a tímida campanha informativa realizada pelo governo, a forte oposição da elite aos direitos sociais e a debilidade de nossas próprias organizações para conquistar o senso comum. Acreditamos que o espírito de dignidade do projeto de Nova Constituição não foi rechaçado.

Hoje, a direita quer se colocar à cabeça de um novo processo constituinte, pensando que são donos do triunfo do Rechaço. Uma vez mais, tentam passar gato por lebre, restringindo a democracia do novo processo e assim camuflar seu respaldo aos princípios da Constituição 1980. Propuseram “fronteiras” que buscam limitar o processo e manter precisamente os pilares do modelo que nos mantém nesta profunda crise social.

Nosso compromisso com a democracia está demostrado nos horizontes que promovemos e defendemos durante a Convenção Constitucional. A conformação de um órgão paritário 100% eleito, os assentos reservados para povos indígenas e a participação de candidaturas independentes, são mínimos democráticos que foram ratificados pelos povos do Chile no plebiscito de entrada e que, portanto, devem guiar o novo processo constituinte, que, além disso, deve ter como eixo central a educação cidadã e a entrega de informação oportuna para a população.

Temos convicção de que os conteúdos centrais da proposta elaborada pela Convenção Constitucional representam as aspirações dos povos do Chile e respondem às necessidades urgentes da crise: os direitos sociais, a ampliação dos direitos sociais, a ampliação da democracia e a descentralização, os direitos humanos e da natureza, o fato de dar mais poder para as comunidades e para e os trabalhadores seguem sendo o programa de luta dos movimentos sociais.

Atribuímo-nos a tarefa de seguirmos articulados como movimentos e organizações para debater e refletir sobre os próximos passos a seguir no novo cenário constituinte e no enfrentamento à crise. Fomos capazes de construir uma articulação nacional e com uma grande potência transformadora que seguiremos impulsionando. Para isso, estamos realizando encontros locais que nos permitam avançar para um Encontro Nacional de Movimentos Sociais e Organizações Populares. Fazemos um convite a todos os movimentos sociais e organizações populares a se somarem a este esforço coletivo e democrático. Eis aqui um lugar para nos encontramos e seguir avançando na conquista da dignidade para todas e todos. Construamos um espaço para a unidade, a esperança e as transformações que nos exige o momento.

Comando de Movimentos Sociais

Disponível em https://www.instagram.com/p/CjYsAz4udR9/