Vai ser maior: 19 de junho pelo Fora Bolsonaro


Publicado em: 3 de junho de 2021

Editorial

Editorial de 03 de junho de 2021

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ESPAÑOL: Será más grande: El Fora Bolsonaro19 de junio
ENGLISH: It’s going to be bigger: 19 June for ‘Fora Bolsonaro’

Esperançar, segundo Paulo Freire, é o ato de se levantar para alcançar um objetivo. É juntar-se a outros para agir coletivamente e tornar o objetivo em realidade. É diferente de esperar passivamente, como se o problema pudesse se resolver sem ação, como que por um milagre. Os protestos ocorridos nos dias 13 e 29 de maio renovaram o sentido do verbo esperançar. Afinal, só pode vencer quem luta. E apenas com manifestações de massa será possível derrubar esse governo genocida. Nas ruas, transformando luto em luta, abrimos caminho para derrotar Bolsonaro e a extrema direita. Por isso, tem grande importância a decisão tomada pelas organizações da Campanha Fora Bolsonaro, que se reuniram nesta quarta (2) e decidiram, por unanimidade, pela convocação de novos protestos de rua no dia 19 de junho. O desafio agora é fazer do novo dia nacional pelo Fora Bolsonaro ainda maior que o 29M.

Para avançar na luta contra o governo da morte, construindo protestos ainda mais potentes, três tarefas são fundamentais nesse momento.

Primeiro, é preciso convencer os indecisos

Muita gente que repudia Bolsonaro não foi ao 29M por medo de ser infectado pelo vírus e/ou pelo receio de não gerar aglomeração. São preocupações legítimas. Em diálogo com essas pessoas, é necessário explicar que o uso de máscaras PFF2 (ou N95) reduz significativamente o risco de contágio em espaços abertos, sobretudo se vem acompanhado da aplicação de álcool em gel e manutenção de algum distanciamento entre os presentes nos atos. Vale lembrar que todos esses cuidados foram tomados no 29M, devendo ser aperfeiçoados no 19J.

Além disso, importa argumentar que a permanência de Bolsonaro no poder é o maior risco que existe à vida de nosso povo. Abreviar a duração desse governo, significará mais vacina no braço, comida na mesa e emprego na carteira. O presidente é mais perigoso que o vírus.

Segunda tarefa: é preciso manter e fortalecer a unidade de todos os setores envolvidos na luta pelo Fora Bolsonaro

Não podemos subestimar nosso inimigo principal — o governo Bolsonaro e a extrema direita neofascista. Embora enfraquecido, ele ainda conta com suporte da classe dominante (que pretende avançar nas reformas neoliberais e privatizações), mantém uma base social de apoio mobilizada e tem influência em setores policiais e militares, além das milícias. Por isso, a preservação e o desenvolvimento da unidade da esquerda e dos movimentos sociais é fundamental para fazer frente a esse inimigo perigoso.

A construção dessa unidade passa, por um lado, pela manutenção e aperfeiçoamento da Campanha Fora Bolsonaro, que envolve os partidos de esquerda, frentes dos movimentos sociais (Povo Sem Medo e Brasil Popular), a Coalizão Negra por Direitos, o movimento sindical, entre outras organizações. Nesse sentido, nenhuma tentativa de divisão dessa Frente Única, com chamados paralelos e iniciativas divisionistas, deve ser aceita.

Por outro lado, é chave que a unidade seja construída em torno da ideia de que não podemos esperar as eleições de outubro de 2022. A esquerda deve apostar na força das ruas, na luta do povo trabalhador e da juventude. Contar que Bolsonaro vai chegar sem chances de vitória à disputa eleitoral daqui um ano é muito arriscado. Nesse sentido, foi um erro de Lula, o principal líder popular da esquerda, não ter apoiado publicamente os protestos de 13 e 29 de maio. Opinamos que o ex-presidente deve se engajar na campanha pelo Fora Bolsonaro, convocando o ato de 19 de junho, como está fazendo Guilherme Boulos. Até porque, a luta de massas pelo impeachment abrirá melhores condições — políticas e programáticas — para a esquerda também no terreno eleitoral. No Chile, a rebelião nas ruas permitiu enterrar a constituição de Pinochet nas urnas. No Estados Unidos, a revolta antirracista possibilitou a derrota de Trump nas eleições.

Convém sublinhar também a necessidade de envolver na construção da Campanha Fora Bolsonaro o conjunto dos ativistas que estão empenhados nessa luta. Nas cidades, é preciso construir espaços unitários, democráticos e amplos, como plenárias e fóruns online, que possam dar espaço e voz para as milhares de pessoas interessadas na construção do movimento. As organizações e entidades também devem buscam envolver suas bases, com a convocação de assembleias online de organização da luta. Nesse sentido, a Campanha Fora Bolsonaro indicou a realização de uma plenária nacional em 10 de junho e de plenárias estaduais.

A terceira tarefa: fortalecer a mídia independente de esquerda

No 29M, a grande imprensa escondeu o tamanho e a importância dos atos, demorando dois dias, no caso da Globo, para reconhecer a relevância do acontecimento. Isso se explica pelo fato de que essa imprensa tradicional está ligada umbilicalmente às alternativas da direita tradicional, como o PSDB, MDB e DEM, e não quis valorizar uma ação que fortalece a esquerda.

Há também a mídia bolsonarista. Essa tem financiamento do governo e atua por meio de fake news e sistemas sofisticados (e sujos) nas redes sociais. O “gabinete do ódio” não mediu esforços para atacar o 29M. Mas mesmo assim, por meio da mídia independente de esquerda, com seus variados veículos, foi possível levar as imagens verdadeiras e a mensagem do 29M a dezenas de milhões de pessoas no Brasil e no mundo.

Nós, do Esquerda Online, nos orgulhamos de ter contribuído, modestamente, para esse resultado. E pedimos a todas e todos, que nos acompanham na redes, que contribuam para o fortalecimento da mídia de esquerda, seja compartilhando seus conteúdos com amigos, familiares e conhecidos, seja ajudando, com o que for possível, em termos financeiros, para que seja possível manter e aprimorar a produção jornalística independente.

Vamos, juntes, nas ruas e nas redes, avançar na luta pelo Fora Bolsonaro!

#19JForaBolsonaro


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