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Cinco impressões rápidas sobre as pesquisas e 2022

Carlos Zacarias, colunista do Esquerda Online

Carlos Zacarias

Carlos Zacarias é doutor em História e pesquisador do Centro de Estudos e Pesquisas em Humanidades (CRH) da Universidade Federal da Bahia (UFBA), onde leciona desde 2010. Entre 1994 e 2010 foi professor da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), onde dirigiu a Associação Docente (ADUNEB) entre 2000 e 2002 e entre 2007 e 2009. Colunista do jornal A Tarde de Salvador, para o qual escreve artigos desde 2006, escreve às quintas-feiras, quinzenalmente, sobre temas de história e política para o Esquerda OnLine. É autor de Os impasses da estratégia: os comunistas, o antifascismo e a revolução burguesa no Brasil (1936-1948) (São Paulo, Annablume, 2009) e no ano passado publicou De tédio não morreremos: escritos pela esquerda (Salvador, Quarteto, 2016) e ainda organizou Capítulos de história dos comunistas no Brasil (Salvador, Edufba, 2016). É membro da Secretaria de Redação da Revista Outubro e do Conselho Editorial das revistas Crítica Marxista, História & Luta de Classes, Germinal, entre outras.

Estamos ainda longe de 2022 e muita coisa vai acontecer até lá, mas a pesquisa eleitoral divulgada hoje sinaliza algumas coisas:

1. O antipetismo perdeu força e dificilmente será reeditado com a intensidade de 2018;

2. Bolsonaro segue se desgastando e pode estagnar na casa dos 20% a 25%. Ainda é muito, mas parece improvável que essa parte do eleitorado decline de votar no agitador fascista em qualquer hipótese;

3. A ideia de uma terceira via parece distante, ainda mais porque Lula e Bolsonaro são protagonistas num quadro de superpolitização que não favorece o surgimento de outra alternativa;

4. Ciro Gomes não vai emplacar, mas vai tentar atrapalhar ao máximo a candidatura de Lula;

5. Bolsonaro vai agitar suas bases com as ideias estapafúrdias de voto impresso e fraude. Certamente vai trabalhar com a hipótese do golpe até 2022, mas hoje não tem condições para isso e dificilmente será capaz de fazê-lo no ano que vem.