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TEORIA

Karl Marx em Paris (1843-1845)

Este é o décimo texto de uma série sobre a vida de Karl Marx

Wesley Carvalho, de Niterói, RJ

Marx passou menos de um ano e meio em Paris entre 1843 e 1845. Foi um dos períodos mais decisivos de sua vida no plano pessoal, intelectual e político. Em textos futuros, apresentaremos a produção teórica marcante que teve na cidade. Neste, nos restringiremos a aspectos de sua vida social e do cenário político.

Karl e Jenny, grávida, chegaram a Paris no final de 1843. A cidade foi a escolhida para sediar um novo periódico, os Anais Franco-Alemães, que Marx há meses vinha planejando com  Arnold Ruge e Julius Fröbel. Enquanto a capital da Prússia, Berlim, tinha 300 mil habitantes, Paris ostentava um milhão, e uma vida cultural, intelectual e política pulsante. Era o destino de muitos emigrados de esquerda de vários países da Europa e nela havia um fervor revolucionário. Liberais, republicanos e socialistas eram atraídos para a cidade que tinha condições políticas menos restritivas quando comparadas às da Prússia ou da Rússia. Em Paris, Marx estreitou laços com alemães como Georg Herwegh. Este poeta havia sido convidado para um encontro pessoal com o rei da Prússia, Frederico Guilherme IV, que lhe propôs encabeçar um renascimento cultural no país. Herwegh então declarou ser um republicano que não poderia servir à Coroa. Foi assim expulso da Prússia e de outros lugares, tendo por isso uma grande reputação na comunidade de exilados de Paris. Mas o amigo mais íntimo do casal Marx em Paris, com quem tinha encontros quase diários, foi outro poeta, Heinrich Heine, que também havia saído da Alemanha por razões políticas. Tido como um dos maiores poetas alemães de seu tempo (1), submetia seus escritos à avaliação de Karl e Jenny. Certa feita, procurou chorando o consolo do casal por conta de algum comentário negativo que publicaram sobre um poema seu. Essa ligação afetiva certamente se intensificou depois da intervenção de Heine junto à bebê dos Marx quando esta convulsionava. O casal atribuiu ao amigo a salvação da vida da sua primeira filha. (2)


Heine

Paris não abrigava apenas estrangeiros por motivos políticos: só da Alemanha, havia cerca de 60 mil artesãos que chegaram à procura de emprego somando-se à classe trabalhadora da cidade. Não havia ainda numerosas fábricas com grande concentração de operários: em realidade, cerca de metade dos trabalhadores exercia sua profissão sozinha ou na companhia de apenas mais uma pessoa. Apenas 10% das lojas empregavam mais de 10 trabalhadores. Marx passou a frequentar os espaços desta classe. Ali passou a ter contato com seu movimento político através de sociedades secretas (que cresceram depois de associações republicanas terem sido postas na ilegalidade em 1835) e suas ideias comunistas e socialistas (que estavam se desenvolvendo na França há pouco tempo, principalmente a partir do ano de 1840). Karl não chegou a fazer parte de nenhum agrupamento, mas travou relação com os líderes da maior parte das sociedades secretas de trabalhadores, e atuou nelas dando conferências para artesãos sobre economia, filosofia e religião – o que no verão chegou a acontecer duas vezes na semana. Isso tudo teve um impacto definitivo sobre sua trajetória. Marx se encantou com a socialização, as práticas de solidariedade e de organização política que via (e que não tinha paralelo na Alemanha, com uma população de trabalhadores urbanos bem reduzida). É justamente em um texto publicado em Paris, no começo de 1844, que Marx pela primeira vez assumiu a perspectiva da revolução proletária, ideal político bem diferente do que tinha alguns meses antes (como demonstram os dois últimos textos de nossa série). Importante notar que Marx não inventou o comunismo, nem o movimento revolucionário de trabalhadores, mas se encontrou e se identificou com eles (não deixando também, é claro, de criticá-los e procurar transformá-los)(3). Antes, Marx, muito embora tivesse uma crítica que ultrapassava em muito a burguesia alemã, estava associado politicamente a ela(4), que inclusive lhe enviou, como expressão de reconhecimento por seu trabalho na Gazeta Renana, uma boa soma de dinheiro que lhe permitiu sobreviver na França. (5) Mas agora no exílio, Marx consolidou uma opção diferente: é junto ao proletariado que passaria a dar todos os seus próximos passos, entendendo que é esta a classe que poderia criar um novo mundo de justiça e liberdade. Aqui, Marx está se distanciando de vários de seus companheiros: aquele que fora seu principal mentor e amigo até 1841, Bruno Bauer, liderava um grupo em Berlim denominado “Livres” que considerava o povo um obstáculo para o desenvolvimento de uma consciência elevada e, de forma geral, um inimigo do progresso. Entendendo a si próprios como vanguarda intelectual do mundo, os Livres vinham adotando uma posição irônica em relação aos acontecimentos políticos e criticando o comunismo. Outro rompimento se daria justamente com aquele com quem Marx viera para Paris fundar o periódico, Arnold Ruge, que consideraria o comunismo como expressão da inveja e da avareza capaz de produzir escravidão e um Estado policial. (6)


Imagem da revista Le Magasin pittoresque

 

É no período em tela também que Marx conhece outros notórios revolucionários ligados à classe trabalhadora, como Mikhail Bakunin, Louis Blanc e Pierre-Joseph Proudhon. Mas seu encontro mais significativo se deu com Friedrich Engels, com quem passou dez dias na cidade planejando escritos e atividades revolucionárias. Engels era dois anos mais novo que Marx. Vinha de uma família rica e proprietária de fábricas do ramo têxtil da cidade de Barmen. Um traço fundamental de sua formação foi o pietismo religioso, que levava a família a até mesmo condenar divertimentos públicos. Mas muito moço Engels já expressou um caráter rebelde a convenções sociais, ostentando pela cidade, junto com outros rapazes, bigode e paletó comum. Aos dezoito, já denunciava a situação dos trabalhadores e a exploração que sofriam. Seu contato com os jovens filósofos hegelianos da Alemanha o levou a uma crise de fé e, depois de um rompimento doloroso, se tornou ateu. (7) Cumpriu serviço militar e depois foi para Manchester, na Inglaterra, onde a família também tinha fábrica. Conheceu mais a situação da classe trabalhadora nesse país, passando a circular em seus ambientes. Engels contribuiu com artigos para o jornal Gazeta Renana, que Marx dirigiu em 1842-3. Os dois chegaram inclusive a se encontrar na sede do jornal em Colônia, mas Marx não o tratou com maior atenção por associá-lo aos Livres de Berlim. Entretanto, meses depois em Paris, estabeleceram uma enorme afinidade. Àquela altura, Engels também havia se tornado comunista. Logo planejaram a escrita de um livro contra Bauer e seus irmãos, que seria o registro do abandono de concepções que Marx nutria desde a faculdade e a emergência de um novo pensamento. (8)

O empreendimento que levou Marx a Paris, os Anais Franco-Alemães, passou por uma série de dificuldades. A primeira é que seus organizadores não conseguiram com que nenhuma pessoa francesa escrevesse um texto (um dos nomes tentados foi o da revolucionária Flora Tristan). Apenas com escritos de alemães saiu o primeiro número dos Anais em fevereiro de 1844, com 350 páginas. Continha dois textos de Marx que se tornariam clássicos “Crítica da Filosofia do Direito de Hegel – Introdução” e “A questão judaica”. A edição, que teve mil exemplares, contava também com um texto de Engels que foi seminal para Marx porque apontava a importância do estudo da Economia Política, a que começou a se dedicar com resultados originais ainda naquele ano. Mas em 1844 o destino dos Anais Franco-Alemães não parecia nada brilhante. As autoridades prussianas confiscaram 300 cópias que estavam sendo contrabandeadas para a Alemanha. Por conta do prejuízo, e também por considerar o tom do primeiro número radical demais, o que desestimulava livreiros, Julius Fröbel, um dos financiadores, desistiu do projeto. O outro responsável financeiro, Arnold Ruge, pagou a Marx em parte não com dinheiro, mas com cópias da publicação. Para completar, na Prússia, pedidos de prisão foram expedidos contra Marx, Heine e Ruge. Pelo menos, de acordo com Moses Hess, um dos precursores da discussão impressa sobre socialismo na Alemanha, os Anais tiveram sucesso em convencer pessoas a aderirem ao socialismo. (9)

Marx e Jenny contavam com os Anais para sobreviverem e o ano de 1844, apesar da ajuda que Marx recebeu dos burgueses de Colônia, ficou marcado pela angústia da esposa com o futuro financeiro da família, que havia ficado maior com a chegada da primeira filha, também chamada Jenny, em maio. A relação de Marx com Ruge se deteriorou. Este ficou irritado pela direção política que Marx estava dando ao jornal (Ruge não era comunista). Em cartas, expressou considerar Marx uma figura arrogante que não conseguia concluir projetos já que os interrompia para mergulhar em livros. Estas são características que muitos outros atribuiriam a Marx ao longo de toda a sua vida, não sendo meramente projeções de Ruge por conta de frustrações com seu sócio. Ruge também diria que o casal Marx gastava dinheiro displicentemente e com futilidades. (10) Mas talvez o principal ataque tenha sido usar sua influência para que Marx não conseguisse publicar um livro (o que significava atrapalhar a subsistência da família). Karl, de sua parte, ressentiu-se de Ruge ter lhe pago com exemplares dos Anais quando, além de rico, havia há pouco ganho uma bolada com ações ferroviárias. Entre os insultos de Marx a Ruge se registraria um eloquente “ignorante cara de furão”. Ainda no ano de 1844 travariam um debate político na imprensa, como veremos abaixo. (11)


Jornal Vorwarts

Com o fim dos Anais Franco-Alemães, Marx passou a se envolver com uma outra publicação, a “Vorwärts!” (Avante!). Fundado no início de 1844 por um homem de negócios, este jornal havia iniciado suas atividades tendo uma tendência moderada. Com um agente secreto prussiano em sua organização, suas páginas chegaram inclusive a tecer elogios a príncipes alemães. Com os meses, entretanto, suas características políticas foram se transformando e de sua organização passaram a fazer parte líderes de sociedades secretas (como a Liga dos Justos, que teria importante papel na vida de Marx) e intelectuais de esquerda. Marx procurou influenciar a revista com suas ideias comunistas e, na metade de 1844, começou a escrever para o jornal. No Vorwärts!, nenhum dos colaboradores era pago por seus textos. (12)

Notícias de um levante de trabalhadores da Silésia, uma região da Alemanha prussiana, eletrizaram os emigrados de Paris. Foi o primeiro exemplo de insurreição da classe trabalhadora moderna na Europa central. Em junho, tecelões marcharam até a casa de donos de indústrias entoando “Seus vilões, seus vagabundos infernais/ Seus valetes em traje de Satã!/Vocês devoram tudo o que é do pobre/ Sua paga serão nossas maldições!” Com as exigências de maiores salários rejeitadas, os tecelões enfurecidos destruíram a residência de dois irmãos burgueses. No dia seguinte, cerca de 5 mil tecelões e suas famílias voltaram à carga. Invadiram casas e fábricas, destruíram máquinas e atacaram e saquearam as residências e escritórios de proprietários. O Exército prussiano foi mobilizado contra a multidão e matou 11 pessoas. Em Paris, cerca de duzentos alemães se reuniam para discutir os acontecimentos. (13) Nos relatórios de informantes da polícia registraram-se falas sobre morte dos reis, terror aos ricos e aos religiosos, e outras “palavras de horror”. (14)


Arnold Ruge

No dia 10 de agosto de 1844, foi publicado no Vorwärts! um texto de Karl que abordava o levante da Silésia. Era, em realidade, uma resposta a um artigo escrito por Arnold Ruge, e a polêmica travada ali, que tem Marx considerando o texto do ex-colega como uma “charlatanice literária”, acentuou a inimizade. Ruge defendia que o levante dos tecelões estaria condenado ao fracasso porque não tinha um caráter político, mas puramente social. Em seu texto, existe a expectativa que a solução para a miséria dos tecelões viria do rei – e isto é bastante ironizado por Marx. Para Ruge, o pauperismo que causou a revolta dos trabalhadores teria sua raiz na falta de sentimento cristão. (15) Marx, por sua vez, defende que o pauperismo é uma expressão da expansão da indústria. Com isso, rejeita um outro autor que diz que o pauperismo era resultado da falta de compreensão do trabalhador sobre “as leis naturais do comércio”, o que poderia ser resolvido através da educação. Marx discute também a consideração do parlamento inglês de que a miséria era algo infligido a si mesmo pelo trabalhador e por isso mesmo o pobre estaria passível de ser punido pelo Estado. Formulações do Estado inglês chegaram inclusive a pressupor que o pauperismo tinha a ver com o excesso de caridade. Enquanto Ruge desvalorizou politicamente a revolta por esta não ter carregado proposições políticas, Karl vai em outro sentido: os tecelões teriam ido então justamente às causas de sua mazelas, empreendendo uma revolta não meramente política mas social. Isto é, não se revoltaram apenas contra o rei, mas contra a burguesia, os banqueiros e a propriedade privada, carregando assim não apenas uma proposta de mudança política (o que seria “mesquinho”), mas de mudança sobre toda a sociedade. Teria sido a rebelião mais avançada teoricamente em comparação com qualquer uma ocorrida na França ou na Inglaterra (para o estudioso Michael Löwy, Marx exagerou muito na sua caracterização do movimento). Os tecelões da Silésia foram por isso uma confirmação para Marx de que o proletariado era uma classe revolucionária. Neste texto, vê-se consolidado também a ideia de que o comunismo não é apenas uma teoria, mas uma práxis, e o proletariado é um elemento ativo da emancipação. (16)

Esta resposta de Marx teve um tom bastante agressivo. Ruge, em carta a um amigo, disse que o texto de Marx foi a expressão do ódio e da loucura de seu autor. Engels mesmo chegou a comentar o entendimento daqueles que viam que a posição política de Marx teria a ver com zanga pessoal. Apesar das tonalidades pessoais que tomaram este e outros rompimentos que Marx vinha realizando, é fundamental notar que estes são expressões de um quadro político geral na Europa. Desde 1830, uma novidade política emergia na Grã-Bretanha e na França, que é o aparecimento da classe trabalhadora como uma força política autoconsciente e independente. Isto significa que passou a estar em jogo questionamentos mais profundos em relação à organização da sociedade e da propriedade privada, e não apenas a criação de uma monarquia constitucional e parlamentar (com eleitores e eleitos definidos pela sua propriedade), ou a de uma república com caráter mais democrático. Antes, a luta contra a monarquia absolutista e a aristocracia havia unificado politicamente várias tendências diferentes (liberais, democratas e socialistas), (17) mas esta união, nos anos 1830 e 1840, foi passando por um processo de dissolução, desembocando no momento em que antigos aliados “…se voltariam uns contra os outros, e o conflito fundamental seria entre burgueses e os trabalhadores.” (18) O processo de deterioração das condições de vida da classe trabalhadora e a possibilidade real de insurreições de massa foram elementos daqueles anos que provocaram realinhamento de posições políticas de diversas figuras intelectuais. Diferente de Ruge, Bauer e outros antigos companheiros alemães, Marx tomou o caminho que os trabalhadores estavam construindo pela transformação radical (e não meramente “política”) da sociedade(19)

Jenny viria a publicar no Vorwärts! também. Quando em junho houve uma tentativa de assassinato do rei prussiano, a esposa de Marx encontrava-se na Alemanha (apresentando sua filha à família) e informou que o atentado foi motivado pela fome. Em seu texto, Jenny apontava que na região havia sementes de uma revolução social, mas também criticava a população devota que “…foi em rebanho até o templo dizer aleluias ao Senhor dos céus por ter salvado miraculosamente seu senhor da terra.” Jenny sempre fora uma pessoa desenvolta intelectualmente, e muitos que a conheceram registraram este traço. Marx tinha nela uma parceira intelectual e confiava em seu julgamento. Já em Paris, se tornara comunista e apoiadora dos projetos do seu esposo. Na cidade, se dedicou bastante às artes, principalmente ao teatro, o que na casa dos Marx não era algo menor que outros estudos. (20)

Assim como os Anais Fraco-Alemães, o Vorwärts! sofreria um duro golpe. O governo prussiano demandou que o governo francês reprimisse a organização depois de publicarem um artigo afirmando que o regicídio era o único modo de convencer o povo prussiano de que o monarca não era divino, mas um homem fraco e falível, Denúncias mentirosas envolvendo a licença de funcionamento do jornal foram feitas contra o chefe de redação, Bernays, que ficou preso dois meses. O resto da equipe sofreu outras acusações. Marx havia assinado contrato para um livro de economia, para o qual havia interesse em Colônia e entre alemães socialistas, mas o governo pressionou o editor para cancelá-lo. Diante da insistência prussiana, o governo francês finalmente expediu uma ordem de expulsão contra Marx, Ruge e o editor e os fundadores do Vorwärts!. No final de janeiro de 1845, então com 26 anos, Karl, deprimido, saía da França. Não poderia retornar à Prússia, já que lhe havia desde o início do ano anterior uma ordem de prisão. Jenny, grávida de uma segunda criança, ficou mais um tempo em Paris para vender os móveis e tentar reaver a caução do aluguel que pagaram. O próximo destino da família era Bruxelas.(21)

Mas nós ainda não sairemos de Paris. Nossos próximos textos vão expor as principais ideias de Marx desenvolvidas ao longo de 1844.

NOTAS

1 – É de Heinrich Heine uma frase célebre “Onde se queimam livros, no fim as pessoas também serão queimadas”. Terrivelmente, a frase se mostrou contemporânea e mais conhecida cerca de um século depois quando, em maio de 1933, nazistas orquestraram a destruição de bibliotecas em diversas partes da Alemanha. EVANS, Richard. A chegada do Terceiro Reich. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2010. Ver o capítulo “A revolução cultural de Hitler”. 

2 –  SPERBER, Jonathan. Karl Marx. A nineteenth century life. Londres: Liveright Publishing, 2013. pp. 102-6. GABRIEL, Mary. Amor e Capital.A saga familiar de Karl Marx e a história de uma revolução. Zahar, 2013. Capítulo “Paris 1843”. CORNU, Auguste. Carlos Marx. Frederico Engels. Del idealismo al materialismo historico. Buenos Aires: Editoral Platina e Editorial Stilcograf, 1965. pp. 503-27. Nestas páginas, Cornu também faz uma análise política das posições de Heine e Herwegh

3 – A relação de Marx com as concepções socialistas e comunistas bem como sua originalidade para essa tradição, serão temas de textos futuros desta série. Indicamos por ora os textos “Marx, Engels e o socialismo pré-marxiano” em HOBSBAWN, Eric (org.) História do marxismo, volume 1. Editora Paz e Terra, 1979; e “La vida de Marx em París” IN CORNU, Auguste. Carlos Marx… Referência fundamental é também o Manifesto Comunista, que Marx e Engels escreveriam alguns anos depois.

4 – Essa ligação faria com que um futuro rival de Marx no movimento de trabalhadores, o alfaiate Wilhelm Weitling, colocasse acidamente que “Ele [Marx] deve sua influência a outras pessoas. Homens ricos o fizeram editor de jornal, isso é tudo.” SPERBER, Jonathan, Karl Marx… pp. 94

5 – Os mil táleres vieram acompanhados de mensagem que dizia que eram “para lhe compensar pelos sacrifícios que fizera por nossa causa comum” SPERBER, Jonatha, Karl Marx… pp. 107.

6 – SPERBER, Jonatha, Karl Marx… pp. 102-4; GABRIEL, Mary. Amor e capital… Capítulo “Paris, 1843”. CORNU, Auguste. Carlos Marx….p. 518. JONES, Gareth Stedman. Karl Marx: greatness and illusion. Cambridge: Belknap Press, 2016. pp. 135-6; 146; 164-5. MCLELLAN, David. Karl Marx: his life and thought. Londres: the Macmillan Press, 1973. p. 99.  LÖWY, Michael. A teoria da revolução no jovem Marx, Petrópolis: Vozes, 2002. p.111-2  

7 – Sobre o cenário intelectual alemão, ver nosso texto “Karl Marx: ateísmo e política na Prússia (1836-1841)”

8 – SPERBER, Jonathan, Karl Marx… pp. 118-20; GABRIEL, Mary. Amor e capital… Capítulo “Paris, 1844”

9 –  SPERBER, Jonathan, Karl Marx… p. 106; GABRIEL, Mary. Amor e capital… Capítulo “Paris, 1843” e “Paris, 1844”; CORNU, Auguste. Carlos Marx….p. 502. MCLELLAN, David. Karl Marx…p. 99; JONES, Gareth. Karl Marx…pp. 154-6; 163

10 –  “A esposa lhe deu de aniversário um chicote de montaria de 100 francos e o pobre-diabo nem sabe montar, nem tem cavalo. Tudo o que ele vê, ele quer ter – uma carruagem, roupas elegantes…até a lua ele quer.” GABRIEL, Mary. Amor e capital… Capítulo “Paris, 1843”

11 – GABRIEL, Mary. Amor e capital… Capítulo “Paris, 1843”. CORNU, Auguste. Carlos Marx….p. 518

12 – SPERBER, Jonathan, Karl Marx… p. 117. GABRIEL, Mary. Amor e capital… Capítulo “Paris, 1844”. CORNU, Auguste. Carlos Marx….p. 549-51.

13 – Indício do efeito da revolta sobre os revolucionários em Paris é o belo poema de Heinrich Heine, cuja tradução em português infelizmente não conserva as rimas: Nos olhos sombrios// nenhuma lágrima,/ Sentados ao tear, eles/ rangem os dentes:/ Alemanha, tecemos tua/ mortalha,/ Tecemos nela a tripla/ maldição – Tecemos, tecemos! […] (página 23)

14 –  SPERBER, Jonathan, Karl Marx… p. 117. GABRIEL, Mary. Amor e capital… Capítulo “Paris, 1844”. JONES, Gareth. Karl Marx…p. 162. LÖWY, Michael. A teoria…p. 136

15 – Como vimos em nossos textos anteriores, a expectativa de que o rei, ou o Estado de uma forma geral, pudesse ser o agente da transformação política e da solução dos problemas sociais havia sido algo compartilhado por Marx e por muitos de sua geração. Neste mesmo sentido, para muitos intelectuais, a religião de um povo ou de um monarca poderia cumprir um papel progressivo ou regressivo. Ver nosso texto “Karl Marx: ateísmo e política na Prússia (1836-1841)”

16 – LÖWY, MICHAEL. “Prefácio” IN MARX, Karl & ENGELS, Friedrich. Lutas de classes na Alemanha. São Paulo: Boitempo, 2010. pp 11-23. MARX, KARL. “Glosas críticas ao artigo “‘O rei da Prússia e a reforma social’. De um prussiano” IN: MARX, Karl & ENGELS, Friedrich. Lutas de classes .pp..26-8;32-5; 44; 50; 52; Michael Löwy entende que neste momento do levante dos tecelões, Marx expressa uma inflexão em seu pensamento: se em seus textos publicados no início do ano pensava que o proletariado seria um elemento passivo da revolução a ser fecundado pelo filósofo (esse sim um elemento ativo), agora, ele pensaria o proletariado como elemento ativo capaz de realizar uma autoemancipação. Discutiremos esta posição de Löwy em nosso próximo texto. LÖWY, Michael. “Prefácio”….pp.11-13. LÖWY, Michael. A teoria…p. 147-50.

17 – Ou escrito de forma mais bonita: “…o cobertor da reação cobria igualmente a todos os dissidentes, e na escuridão debaixo dele as diferenças […] mal podiam ser distinguidas” HOBSBAWN, Eric. A era das revoluções. 1789-1848. São Paulo: Paz e Terra, 2007. p. 165

18 – HOBSBAWN, Eric. A era das revoluções…. p. 184

19 – LÖWY, Michael. A teoria…pp.153-4. HOBSBAWN, Eric. A era das revoluções…ver capítulo “As revoluções”.

20 – Mary. Amor e capital… Capítulo “Paris, 1843” e “Paris, 1844”. CORNU, Auguste. Carlos Marx…p. 502. O Capital, obra máxima da maturidade de Marx, é cheia de referências literárias. Sobre Jenny e o papel da arte na casa dos Marx, ver vídeo “Michael Heinrich on Jenny Marx” https://www.youtube.com/watch?v=0UL8qWss17Y

21 – SPERBER, Jonathan, Karl Marx… p. 127-9. GABRIEL, Mary. Amor e capital… Capítulo “Paris, 1844.