Bolsonaro despreza a vida e a ciência

Fábio Marciel Pires*, de São Paulo, SP
Reprodução

Trabalhei por 10 anos no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo – HSPE/IAMSPE. Nos primeiros meses de trabalho, além de duas gripes peguei três viroses. Quando a gente começa a trabalhar em um hospital, nosso organismo ainda não está preparado para o número de vírus e bactérias que podem nos atacar.

Solidarizo-me aos companheiros e companheiras que trabalham no novo Pronto Socorro (PS) do Hospital do Servidor Público Estadual HSPE/IAMSPE criado para atender pacientes de COVID 19, arriscando suas vidas para salvar outras vidas.

A COVID 19 é provocada por um vírus desconhecido, que exige de médicos e pesquisadores um tempo maior do que pensamos, para compreender todo seu efeito e principalmente buscar uma cura. É preciso avaliar a mutação do vírus, sua forma de contágio e principalmente pesquisar uma vacina que possa inibir seu avanço, principalmente em idosos, portadores de doenças crônicas e em especial para a população mais pobre, que tem menos condições de se isolar e tem menos acesso a equipamentos de saúde.

Por isso é importante reforçar a todos e todas que pensam ser errado o isolamento social com o argumento de não poder parar a economia, que se isso ocorrer, vai haver superlotação do transporte público e das ruas (que aliás ainda estão acima do necessário) e essa pandemia sairá de controle e não haverá hospital capaz de atender o imenso número de infectados.

Muitos pais e mães de família perderam suas vidas, deixando seus entes queridos desamparados, e com o passar dos meses muitos ainda perderão a vida. E cada vida importa.

Os hospitais já não têm leitos para atender os infectados muito menos respiradores para os casos mais graves. Em alguns lugares como em Manaus, os cemitérios trabalhando diuturnamente para enterrar as vítimas dessa terrível praga que assola não só o Brasil, mas 99% do planeta.

Infelizmente no Brasil, temos um presidente da República totalmente irresponsável que ignora as recomendações da OMS, das autoridades científicas e médicas brasileiras incluindo os dois últimos ministros da Saúde que foram demitidos por Bolsonaro, que insiste em fazer experiências com a cloroquina (hidroxicloroquina Azitromicina).

Isso nos remete na época do nazismo na qual Hitler encomendava a seus médicos especialistas, pesquisas no sentido de desenvolver uma raça 100% pura, pois para ele só uma raça 100% ariana seria capaz de fazer do mundo um lugar melhor para se viver. Essa política levou ao extermínio mais de 6 milhões de judeus, sem contarmos os ciganos, negros, indígenas, LGBT’s entre outros.

Não podemos deixar que esse governo fascista implemente a Eugenia em nosso país, e por isso que devemos exigir desse governo, medidas para garantir a sobrevivência de todos os brasileiros que não tem condições de se sustentar durante este nefasto período que hoje nos assombra, esperando que ao final da pandemia, a maioria de nós, possa retornar ao trabalho com saúde.

Em solidariedade, respeito e apoio aos trabalhadores e trabalhadoras da saúde, pela defesa do SUS é que temos de colocar para Fora Bolsonaro e Mourão!

* Fábio Marciel Pires é Professor da rede pública estadual de São Paulo e Militante da APEOESP