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EDITORIAL

Com demissão de Mandetta, Bolsonaro avança no seu plano genocida

A demissão do Ministro da Saúde, Luiz Mandetta, representa o aprofundamento da política de morte de Bolsonaro

Editorial especial, em 16 de abril de 2020

A atuação de Bolsonaro durante a crise sanitária tem sido amplamente criticada, fato comprovado em todas as pesquisas sobre o tema. Isso porque o presidente foi linha de frente de uma política negacionista e criminosa, que não reconheceu a importância do isolamento social e dos testes em massa como as principais medidas para evitar o contágio massivo da covid-19.

Nessa crise, Mandetta oscilou entre posições favoráveis ao isolamento social e adaptação em relação à política de Bolsonaro. Por isso, mesmo que vacilante, Mandetta conquistou, durante essa crise, o mais alto índice de aprovação entre os quadros do governo.

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A demissão demonstra que Bolsonaro não aceita em seu governo qualquer um que defenda, mesmo que muito parcialmente, as medidas de isolamento indicadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Não temos acordo político com Mandetta — político do DEM, defensor da privatização da saúde pública e até então aliado da extrema-direita —, mas denunciamos sua demissão por representar um passo à frente na política de massacre de Bolsonaro. Este governo opta por radicalizar o genocídio da população negra em um país em que 80% dos usuários do SUS se autodeclaram negros e negras.

O Brasil enfrenta duas ameaças mortais: o novo coronavírus e o presidente genocida que ajuda na propagação da doença, miséria e desemprego. É preciso tirar Bolsonaro do poder, o quanto antes, como condição primeira para preservar vidas, empregos, direitos e salários. Novamente, devemos voltar às janelas para gritar em bom e alto som: Fora Bolsonaro!

Consideramos também que é preciso a convocação de novas eleições presidenciais diretas e livres, assim que seja possível. O vice-presidente, Mourão, general de extrema-direita que sempre defendeu a ditadura, não é uma alternativa. Não devemos confiar em nenhum general. O povo brasileiro deve exercer o direito democrático de eleger um novo governo para enfrentar esta crise sanitária, econômica e social gravíssima.

Acreditamos que a esquerda unida deve apresentar uma alternativa política independente, para termos um governo dos e para os explorados e oprimidos. Pois tanto o neofascismo bolsonarista quanto a direita tradicional (PSDB e DEM), ainda que de modos diferentes, querem fazer a classe trabalhadora pagar a conta dessa crise.

Salvar as pessoas, não os lucros!

Fora Bolsonaro!

 

VÍDEO | PLANTÃO QUARENTENA ESPECIAL

Uma primeira análise da demissão e os números da pandemia no mundo, com Gilberto Calil