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MUNDO

Uma análise de classe da corrida entre Trump e Biden

Uma boa análise da atual situação da política estadunidense.

Richard D. Wolff, do portal independentmediainstitute.org.

Por “sistema de classe” entendemos as organizações básicas do local de trabalho – as relações humanas ou “relações sociais” – que realizam a produção e distribuição de bens e serviços. Alguns exemplos incluem as organizações senhor/escravo, a aldeia comunal e senhor/servo. Outro exemplo, o próprio sistema capitalista de classes, que envolve a organização empregador/trabalhador. Nos Estados Unidos e em boa parte do mundo, trata-se agora do sistema de classes dominante. Os empregadores – uma pequena minoria da população – dirigem e controlam as empresas e os trabalhadores que produzem e distribuem bens e serviços. Os empregadores compram a força de trabalho dos trabalhadores – a grande maioria da população – e a colocam para funcionar em suas empresas. A produção de cada empresa pertence ao seu empregador, que decide se a vende, fixa o preço e distribui a receita resultante.

Nos Estados Unidos, a classe trabalhadora está muito dividida do ponto de vista ideológico e político. A maioria dos empregados tem provavelmente estado conectado – com o declínio do entusiasmo e do comprometimento – ao Partido Democrata. Uma minoria considerável e crescente dentro da classe tem alguma esperança em Trump. Muitos têm perdido o interesse e participado menos na política eleitoral. Talvez os mais fragmentados são os vários trabalhadores “progressistas” ou “de esquerda”: alguns na ala progressista do Partido Democrata, alguns em vários partidos socialistas, verdes, independentes e alguns até mesmo hesitaram em aderir a Trump. Os trabalhadores de esquerda talvez estejam mais propensos a aderir e construir movimentos sociais (ecológico, antirracista, antissexista e antiguerra) ao invés das campanhas eleitorais.

A classe trabalhadora dos EUA se sente, em geral, vitimizada pela globalização neoliberal do último meio século. As ondas de exportação de empregos na indústria manufatureira (e também nos serviços), juntamente com ondas de automação (computadores, robôs e, agora, a inteligência artificial), trouxeram, sobretudo, más notícias a essa classe. A perda de empregos, de renda e de segurança no trabalho, a diminuição das perspectivas de trabalho futuro e a redução da posição social são as principais delas. Em contraste, os lucros extraordinários que motivaram as decisões de exportação e tecnologias dos empregadores foram revertidos a favor deles. As redistribuições de riqueza e de renda favoreceram os empregadores igualmente. Os trabalhadores observaram e sentiram cada vez mais uma redistribuição do poder político e das riquezas culturais para além do seu alcance.

Os sentimentos da classe trabalhadora estavam bem fundamentados na história dos EUA. O desenvolvimento do capitalismo nos EUA no pós-1945 esmagou a extraordinária unidade da classe trabalhadora, sendo formada durante a Grande Depressão dos anos de 1930. Depois da crise econômica de 1929 e da eleição de 1932, uma coalizão reformista do “New Deal” de líderes sindicais e fortes partidos socialistas e comunistas se reuniram em apoio da administração de Franklin D. Roosevelt, que governou até 1945. Essa coalizão teve ganhos enormes e sem precedentes históricos para a classe trabalhadora, inclusive na seguridade social, no subsídio de desemprego, no primeiro salário mínimo federal e em um grande programa público de empregos. A coalizão conquistou um imenso número de seguidores da classe trabalhadora para o Partido Democrata.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, todas as outras grandes economias capitalistas (Reino Unido, Alemanha, Japão, França e Rússia) estavam gravemente danificadas. Em forte contraste, a guerra tinha fortalecido o capitalismo dos EUA. Reconstruiu o capitalismo global e o centrou nas exportações dos EUA, nos investimentos de capitais e no dólar como moeda mundial. Surgiu um novo e distintivo império estadunidense, com ênfase no imperialismo informal, ou “neocolonialismo”, contra os imperialismos formais e mais antigos da Europa e do Japão. Os Estados Unidos garantiram seu novo império com um programa militar e uma presença militar global sem precedentes. O investimento privado e os gastos do governo na militarização e nos serviços públicos populares marcaram a transição da Grande Depressão e da guerra (com seu racionamento de bens de consumo) para uma prosperidade relativa drasticamente diferente, entre o final da década de 1940 e de 1970.

A ideologia da Guerra Fria revestiu as políticas pós-1945 no país e no exterior. Assim, a missão global do governo foi a de espalhar a democracia e derrotar o ímpio socialismo. Essa missão justificou o aumento pesado nos gastos militares e a destruição efetiva das organizações socialistas, comunistas e trabalhistas por meio do macarthismo. A atmosfera da Guerra Fria facilitou a anulação e depois a inversão da onda de políticas de esquerda dos EUA provocadas pela Grande Depressão. A depuração da esquerda dentro dos sindicatos mais a demonização implacável dos partidos de esquerda e movimentos sociais como projetos comunistas baseados no estrangeiro dividiram a coligação do New Deal. Isso separou as organizações de esquerda dos movimentos sociais e ambos da classe trabalhadora como um todo.

Apesar de muitos trabalhadores permanecerem leais ao Partido Democrata (até mesmo quando se desligaram das pessoas de esquerda perseguidas no New Deal), a Guerra Fria pressionou toda a política dos EUA para a direita. O Partido Republicano se aproveitou disso, sendo agressivamente pró-Guerra Fria e ao arrecadar fundos dos empregadores, determinados a desfazer o New Deal. A liderança do Partido Democrata reduziu sua antiga dependência do enfraquecimento dos sindicatos e dos remanescentes desmoralizados e desacreditados da coligação do New Deal. Ao invés disso, essa liderança procurou fundos das mesmas empresas ricas a que os republicanos recorreram. Os resultados previsíveis incluíam o fracasso do Partido Democrata em reverter a virada política dos EUA para a direita. Os democratas igualmente abandonaram a maioria dos esforços para desenvolver as conquistas do New Deal ou avançar em direção à social-democracia. Cada vez mais, falham até mesmo em proteger o que o New Deal conquistou. Tais desenvolvimentos aprofundaram a alienação de muitos trabalhadores do Partido Democrata ou do seu envolvimento político. Um ciclo vicioso de declínio, com ocasionais momentos de ascensão temporária, tomou conta das políticas “progressistas”.

Esse ciclo vicioso aprisionou, sobretudo, os homens brancos mais velhos. Entre os trabalhadores, foram eles os que mais ganharam com a prosperidade entre 1945 e 1975. No entanto, depois dos anos de 1970, a automação orientada para o lucro dos empregadores e suas decisões de realocar a produção para o estrangeiro prejudicaram seriamente os empregos e a renda de seus trabalhadores, especialmente da manufatura. Essa parte da classe trabalhadora eventualmente se voltou contra o “sistema” – contra o curso econômico dominante. Eles lamentaram o desaparecimento da prosperidade. No início, giraram politicamente para a direita. A Guerra Fria isolou e enfraqueceu as instituições e a cultura de esquerda que, de outro modo, poderiam atrair trabalhadores antissistema. As mobilizações de esquerda contra o sistema como um todo eram raras (ao contrário de mobilizações focadas em um único tema, como gênero, raça e ecologia). Nem os sindicatos, nem outras organizações tinham o apoio social necessário para organizá-las. Ou apenas tinham receio de tentar. Mesmo recentemente, a crescente militância de trabalhadores e sindical tem, apenas secundária e marginalmente, levantado temas do anticapitalismo sistemático.

Os políticos republicanos e as personalidades da mídia aproveitaram a oportunidade para transformar o desaparecimento da prosperidade pós-1970 em um passado estadunidense idealizado. Cuidadosamente evitaram culpar o desaparecimento do capitalismo orientado para o lucro. Culparam os democratas e os “liberais”, cujos programas de bem-estar social custou muito. Impostos excessivos eram desperdiçados, insistiam eles, em programas sociais ineficazes para os “outros” (os não-brancos e os não-homens). Se pelo menos esses outros trabalhassem duramente e produtivamente como fizeram os homens brancos, repetiram os republicanos, eles teriam desfrutado da mesma prosperidade ao invés de buscar uma “vantagem do governo”. Partes da classe trabalhadora, convencida por esse tipo de raciocínio, trocaram os democratas pelos republicanos e, depois, frequentemente responderam ao mantra “Make America Great Again” (MAGA). Sua mudança estimulou os políticos republicanos a imaginar uma possível nova base de massas muito mais ampla do que sua atual mistura de fundamentalistas religiosos, amantes de armas e supremacistas brancos. Líderes republicanos vislumbraram possibilidades políticas não disponíveis desde a Grande Depressão dos anos 1930, mudando a política dos EUA para a esquerda, em direção à social-democracia.

Surgida de dentro ou ao redor do Partido Republicano, a nova extrema-direita do século XXI reviveu o patriotismo isolacionista clássico dos EUA em torno do slogan “America First”. Combinaram isso com uma atitude vagamente libertária, atribuindo a culpa de todos os males sociais ao mal inerente ao governo. Ao não dirigirem cuidadosamente nem a crítica, nem a culpa ao sistema econômico capitalista, os republicanos asseguraram o habitual apoio (financeiro, político, jornalístico) da classe capitalista. Isso incluía capitalistas que nunca tinham prosperado muito com a virada da globalização neoliberal, aqueles que viam maiores e melhores oportunidades de um giro econômica nacionalista/protecionista, e todos aqueles que, por muito tempo, se concentram no projeto conduzido pelos capitalistas de desfazer política, cultural e economicamente o New Deal. Esses vários elementos se reuniram cada vez mais ao redor de Trump.

Se opuseram à imigração, frequentemente por meio de declarações histéricas e mobilizações contra “invasões” fantasiosas, tidas como ameaças à América. Definiram os gastos do governo com os imigrantes (utilizando os impostos dos estadunidenses nativos e “trabalhadores”) como um desperdício dos “outros” não merecedores. Trump defendeu suas visões e reforçou o uso de bode expiatório paralelo sobre os cidadãos negros, pardos e mulheres como beneficiários indignos de apoio governamental trocados pelo seu voto democrático. Alguns republicanos cada vez mais abraçaram as teorias de conspiração (QAnon e outros) para explicar diversas conspirações destinadas a destronar o cristianismo branco no domínio da sociedade estadunidense. MAGA e America First são slogans que articulam ressentimento e protesto contra a percebida vitimização. Repropondo o imaginário da Guerra Fria, os trumpistas taxaram como se fossem sinônimo os liberais, os democratas, os marxistas, os socialistas, os sindicalistas e outros, vistos como aliados próximos, que conspiravam para “substituir” os cristãos brancos. Trump se referiu a eles publicamente como “vermes”, que iria derrotar/destruir quando voltasse a ser presidente novamente.

A maior parte da classe trabalhadora dos EUA não foi (ainda) conquistada pelos republicanos. Até agora, ela tem ficado com os democratas. No entanto, a divisão social agravada se instalou por todo lado na cultura e na política dos EUA. Isso assustou muitos que estavam dentro do Partido Democrata, vendo-o como o mal menor, apesar de seus líderes “centristas” e de seus doadores corporativos. Estes últimos incluem especialmente as megacorporações financeiras e de alta tecnologia que lideraram lucrativamente o período de globalização neoliberal pós-1975. A liderança centrista evitou cuidadosamente ofender seus patronos corporativos, enquanto usava uma política fiscal keynesiana modificada para atingir dois objetivos. O primeiro foi o apoio para programas do governo que ajudaram a solidificar uma base eleitoral crescente entre mulheres, negros e pardos. O segundo foi o apoio à projeção agressiva do poder militar e político dos EUA ao redor do mundo.

O império dos EUA, protegido por essa política, se revelou especialmente lucrativo para os círculos financeiros e de alta tecnologia das maiores empresas dos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, outra parte da classe trabalhadora dos EUA também começou a se virar contra o sistema, mas considerou a nova direita como inaceitável e o “centrismo” apenas um pouco menos. O Partido Democrata manteve, até agora, a maioria dessas pessoas, apesar de muitos terem crescentemente se aproximado de campeões “progressistas”, tais como Bernie Sanders, Alexandra Ocasio-Cortez e Cori Bush. Cornel West e Jill Stein carregam bandeiras similares para as eleições deste ano, mas insistem em fazê-lo por fora do Partido Democrata.

A hostilidade entre os dois grandes partidos têm se intensificado à medida que a oposição entre ambos se tornou mais extrema. Isso continua acontecendo porque nenhum deles encontrou nem implementou soluções para os problemas cada vez mais profundos que atormentam os Estados Unidos. Desigualdades cada vez mais extremas de riqueza e renda minam o que resta do senso de comunidade que liga os estadunidenses. A política, cada vez mais controlada pela classe capitalista e, especialmente, pelos super-ricos, produz ódio, resignação e fúria generalizadas e debilitantes. O poder relativamente reduzido dos Estados Unidos no estrangeiro traz consigo a sensação de iminente destruição. A ascensão da primeira superpotência econômica verdadeiramente concorrente (a China) levanta o fantasma de que o momento unipolar dos EUA será substituído e em breve.

Cada grande partido culpa o outro por tudo que está indo mal. Ambos também respondem ao império em declínio avançando para a direita, em direção a versões alternativas do nacionalismo econômico – o “America First” – no lugar dos gritos pela globalização neoliberal, a que ambos os partidos se entregaram anteriormente. Os republicanos, cuidadosamente, se recusam a culpar o capitalismo ou os capitalistas por qualquer coisa. Ao invés disso, culpam o mau governo, os democratas, os liberais e a China. Os democratas, também cuidadosamente, se recusam a culpar o capitalismo ou os capitalistas por qualquer coisa (exceto os “progressistas”, que fazem isso de maneira moderada). Os democratas culpam principalmente os republicanos, que “enlouqueceram” e “ameaçam a democracia”. Eles ergueram novas versões de seus velhos demônios. Rússia e Putin substituem URSS e Stálin como principais estrangeiros terríveis, com os “comunistas” chineses em um segundo lugar. Tentando manter o meio político, os democratas denunciam os republicanos e, especialmente, as pessoas ligadas a Trump/MEGA por desafiarem os últimos 70 anos de consenso político. Na versão do “Good old days” do Partido Democrata, republicanos e democratas razoáveis, então, se alternam no poder obedientemente. O resultado foi que o império e o capitalismo estadunidenses prosperaram, primeiro, ajudando a acabar com os impérios europeus esgotados e, depois, lucrando com a hegemonia global unipolar dos Estados Unidos.

Os planos de Biden fingem que o império dos EUA não está em declínio. Em 2024, ele oferece mais da velha política estabelecida. Trump basicamente finge a mesma coisa sobre o império dos EUA, mas cuidadosamente seleciona áreas problemáticas (por exemplo, a imigração, a competição chinesa e a Ucrânia), então podendo representá-las como fracassos da liderança democrata. Aos seus olhos, não existe fundamentalmente nada de errado com o império dos EUA e suas perspectivas. Tudo que é necessário é rejeitar Biden e sua política enquanto incapazes de o reavivar. Os planos de Trump, então, convocam para um nacionalismo econômico muito mais extremo, administrado por um governo mais enxuto e mais fraco.

Cada lado aprofunda a divisão entre republicanos e democratas. Nenhum deles se atreve a admitir o declínio básico e de longo prazo do império e de seus principais problemas (desigualdade de renda e riqueza, política corrompida por essa desigualdade, agravamento dos ciclos econômicos e a dívida gigantesca), acumulados por sua fundação capitalista. A disputa dos partidos gira em torno de questões substitutas que temporariamente oferecem vantagens eleitorais. Isso também reforça a incapacidade do público para crítica e mudança sistemática. Ambos os partidos permanentemente apelam para uma população cuja alienação se aprofunda à medida que o declínio sistemático insaciável se infiltra na vida cotidiana e nos problemas de todos. Ambos os partidos expõem cada vez mais sua crescente irrelevância.

A campanha dos partidos também não oferece soluções para o declínio sistemático. Os erros grosseiros de cálculo sobre a mudança econômica global e a diminuição do poder dos políticos dos EUA no estrangeiro estão subjacentes às políticas falhas de ambos os partidos em relação ao Afeganistão, ao Iraque, à Ucrânia e à Gaza. A virada em direção ao nacionalismo econômico e ao protecionismo não impedirá o declínio. Algo maior e mais profundo do que qualquer um dos partidos ousa considerar está em curso. O capitalismo deslocou seus centros dinâmicos novamente ao longo da última geração. Desta vez, o deslocamento foi da Europa ocidental, da América do Norte e do Japão para a China, a Índia e, mais além, do G7 para o BRICS. A riqueza e o poder estão mudando de forma correspondente.

Os lugares que o capitalismo deixa para trás levam a uma depressão maciça, a mortes por overdose e a divisões sociais continuamente acentuadas. Essas crises sociais continuam a se agravar em conjunto com o aprofundamento das desigualdades de riqueza, renda e educação. De forma constante, embora também enlouquecidamente lenta, a virada à direita da política dos EUA após 1945 tem, finalmente, chegado ao esgotamento e à ineficácia social. Talvez assim os Estados Unidos preparem outro possível New Deal, com ou sem outra quebra ao estilo de 1929.

Então, esperemos que uma lição crucial do New Deal tenha sido aprendida e aplicada. Deixar inalterada a estrutura de produção da classe capitalista – uma minoria de empregadores que dominam a maioria dos trabalhadores – permite que essa minoria desfaça quaisquer reformas que qualquer New Deal possa atingir. Foi isso que a classe capitalista dos EUA fez depois de 1945. A solução agora deve incluir o movimento para além da organização empregador-trabalhador do local de trabalho. Substituí-la por uma organização democrática comunitária – aquilo que chamamos de cooperativas de trabalhadores em outros locais – é o elemento que falta para que as reformas progressistas se mantenham. Quando trabalhadores e capitalistas são a mesma pessoa, uma classe capitalista separada não mais terá o incentivo e os recursos para anular o que a maioria dos trabalhadores deseja. Substituir a organização empregadores-trabalhadores do local de trabalho por cooperativas de trabalhadores é a “grande substituição” muito diferente que necessitamos. Com base nas reformas garantidas por esse meio, podemos construir um futuro. Podemos evitar a repetição do fracasso do último meio século, mesmo que seja para preservar as reformas impostas pelo capitalismo que se desintegrou e ardeu na década de 1930.

Richard D. Wolff é professor emérito de economia da University of Massachusetts e professor visitante na New School University. É fundador da Democracy at Work (https://www.democracyatwork.info/) e escritor das obras The Sickness Is the System: When Capitalism Fails to Save Us From Pandemics or Itself, Understanding Socialism e Understanding Marxism.
Original em A Class Analysis of the Trump-Biden Rerun. Tradução de Paulo Duque, do portal Esquerda Online
O artigo acima representa a opinião do autor e não necessariamente corresponde às opiniões do EOL. Somos um portal aberto às polêmicas e debates da esquerda socialista