No final da tarde do último dia 29, as ruas do centro do Rio de Janeiro foram novamente tomadas por centenas de ativistas, partidos de esquerda, movimentos sociais, juventude e simpatizantes que, mais uma vez, exigiram o fim do genocídio perpetrado por Israel contra os palestinos em Gaza, por meio de um cessar-fogo imediato. Foram em torno de 500 manifestantes, no 4º ato organizado pelo Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestino.
A data escolhida marca o Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, pelo seu direito à autodeterminação, deliberada pela Assembleia Geral da ONU, em 1977, como mea-culpa por ter aprovado trinta anos antes (em 1947), a recomendação da partilha da Palestina, sem consultar os palestinos que eram a imensa maioria na região, enquanto os judeus não chegavam a 7% da população. Essa é uma das origens de todas a injustiças que levaria, no ano seguinte, a criação do Estado de Israel, por meio de um projeto colonialista, racista e de limpeza étnica contínua. Estima-se que 750 mil palestinos foram expulsos de suas terras e mais de 500 de suas aldeias foram destruídas, naquilo que os árabes denominaram de “Al Nakba” (A Catástrofe).
Diante da escalada de crimes contra a Humanidade perpetrada por Israel (com apoio militar dos Estados Unidos e o silêncio cúmplice da União Europeia) que completou 55 dias, a data do dia 29 de Novembro, adquire um simbolismo ainda maior em todo o mundo. Mesmo com toda a desmoralização da ONU (ao não invocar uma Convenção sobre Genocídio) foi importante o discurso lido por seu Secretário Geral, Antonio Guterres, nesse mesmo dia, sublinhando que a reafirmação da solidariedade internacional com a Palestina “deve recomeçar com um cessar-fogo humanitário de longo prazo”. Disse, ainda em sua mensagem que “está horrorizado com a morte e destruição que engoliu a região, bem como a catástrofe humanitária” que os palestinos de Gaza vêm sofrendo.
Mesmo estando num momento de trégua temporária entre Israel e Hamas – com a troca mútua de prisioneiros e a permissão da necessária entrada de ajuda humanitária em Gaza (arrasada por sete semanas de criminosos e contínuos bombardeios) há todo um receio que o massacre do Estado sionista recomece. Até agora o número de palestinos assassinados, era de 14.854, incluindo 6.150 crianças. Daí a necessidade de redobrarmos os esforços de mobilização e solidariedade nas ruas ao povo palestino e sua heroica resistência, pois é a única resposta desse povo que luta pelo direito de existir e pela sua autodeterminação!
A manifestação do Rio de Janeiro desse dia 29 seguiu em trajeto da Candelária até a Cinelândia, com falas e palavras e ordem exigindo o imediato cessar-fogo, o fim do genocídio e a restituição de direitos do povo palestino, a libertação de todos os presos palestinos (muitos sem processo), e que o governo Lula rompa relações econômicas e, principalmente militares com Israel, parando de comprar armas daquele Estado. Afinal as armas de Israel matam a juventude da Palestina e as da juventude negra nas favelas da cidade.
Todo apoio a heroica resistência do povo palestino!
Palestina livre, do rio ao mar!
Roberto é professor da rede municipal de Ensino no Rio de Janeiro e Militante da Resistência-PSOL
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