Em um mês marcado pelos assassinatos de Dom Phillips e Bruno Pereira enquanto ambos agiam para denunciar o descaso do governo Bolsonaro em relação a proteção de terras e povos indígenas, o genocídio dos povos originários do Brasil ganhou um novo capítulo neste final de semana. Agindo como milícia paga de fazendeiros, a Polícia Militar do Mato Grosso do Sul assassinou a tiros um indígena Guarani e Kaiowá e feriu tantos outros enquanto esses tentavam tomar suas terras ancestrais ocupadas por fazendeiros. Duas mulheres e uma criança estariam desaparecidos. Toda a ação ocorreu sem nem mesmo haver uma ordem judicial para reintegração de posse e a revelia da Polícia Federal, única autorizada a atuar em casos como este.
Questionada sobre a ação, a Secretaria de Segurança Pública defendeu a atuação da Polícia Militar do Estado. Vale lembrar que o atual responsável pelo cargo, o secretário Antônio Carlos Videira, já havia comandado ação semelhante em 2018, quando ainda estava no comando da Polícia Civil do estado.
Cercados pelo latifúndio e expulsos de suas terras, os Guarani-Kaiowá lutam há anos pela demarcação de suas terras ancestrais. Ao mesmo tempo, sofrem assédio para que deixem suas terras restantes. Junto a isso, os povos Guarani e Kaiowá da região sofrem com a intolerância religiosa, assédio de grupos religiosos e ataques frequentes por parte de jagunços contratados pelos proprietários da região.
Exigimos então o fim do genocídio Guarani e Kaiowá! Pela responsabilização da Polícia Militar e do Estado Mato Grosso do Sul! Pela justiça contra os assassinos! Pela demarcação da terra Guarani e Kaiowá! O não ao Marco Temporal e pelo fim genocídio indígena no Brasil!
* Militante do Setorial Ecossocialista da Resistência/PSOL.
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