Alegando tratar-se de “informação pessoal”, a PRF impôs sigilo de 100 anos sobre os processos referentes aos cinco policiais que mataram Genivaldo de Jesus asfixiado em “câmara de gás”, no dia 25 de maio, no interior de Sergipe.
O assassinato de Genivaldo comoveu o país, tanto pelo nível de crueldade por parte dos agentes, quanto pela reação de indiferença por parte do presidente da república que, ao comentar, teceu comentários superficiais e aproveitou para atacar a imprensa. Tendo ocorrido poucos dias depois da morte de dois agentes da PRF em Fortaleza, o caso da morte de Genivaldo também leva a crer que a postura de seus assassinos tenha sido movida de forma perigosamente corporativa e por vingança.
Nos dias seguintes ao assassinato, o presidente Jair Bolsonaro primeiramente fingiu não saber do caso para, em seguida, tentar atenuar o crime e pedir para que se evitem o que chamou de “exageros”, diante dos apelos de parentes pela prisão dos envolvidos. Na prática, o governo aponta para a impunidade.
Ao negar a informação, a PRF contraria a própria Controladoria-Geral da União (CGU), que já se manifestou favorável à divulgação de seu conteúdo. E reforça uma lógica cada vez mais comum no Brasil de Bolsonaro, de dificultar acesso a informações que deveriam ser públicas. A decisão foi tomada praticamente no mesmo momento em que o Palácio do Planalto decreta sigilo sobre encontros dos pastores envolvidos no escândalo do “gabinete paralelo do MEC” com o ex-ministro da Educação e o presidente.
Comentários