Recentemente, a empresa gaúcha Brasil Paralelo se mostrou incomodada por causa de uma publicação realizada na página do Twitter Brasil Para-Lerdos, logo após a página publicar uma thread questionando a exibição audiovisual do documentário “O Fim da Beleza” na Universidade Federal do Paraná (UFPR), no salão da Faculdade de Direito. A publicação movimentou o Twitter e os “seguidores” da empresa. Os seguidores relataram que a página (Brasil Para-Lerdos) buscou infringir a liberdade de expressão e censurar o debate, mas a situação não começou nessa semana.
Vale lembrar que a empresa é conhecida por perseguir pesquisadores, professores, jornalistas e youtubers. Em matéria produzida pela jornalista Juliana Sayuri publicada no portal The Intercept no final de 2021, a mesma destaca como a Brasil Paralelo atuou e operou encaminhando notificações extrajudiciais aos críticos de seus conteúdos. De acordo com ela, “desde 2020, a produtora mandou ao menos seis notificações extrajudiciais para acadêmicos e abriu outros seis processos judiciais contra editoras, sites e até a Wikimedia Foundation, que mantém a Wikipédia.”
Na página oficial do Instagram da Brasil Paralelo, o sócio-fundador, Henrique Viana, em entrevista com a Jovem Pan, realizada nesta sexta-feira, 04, rebateu a página Brasil Para-lerdos: “Vejo uma atitude bastante infantil desta página, não aceitar o debate e a ideia diferente da sua. Esse perfil mente diariamente.”
A página Brasil Para-Lerdos já destacou em seus tweets o esforço e a necessidade de criar uma rede de apoio às pessoas perseguidas pela empresa e a jovens pesquisadores. Por isso, é de suma importância a mobilização daqueles preocupados com os rumos da democracia. Segundo a página, o objetivo não é censurar o debate e, sim, destacar como o projeto da Brasil Paralelo é pensado a longo prazo no contexto marcado pela agressividade neoliberal e ascensão da extrema-direita brasileira e internacional.
A mesma empresa que critica professores universitários de Universidades Públicas busca promover os seus conteúdos nestes espaços como forma de prosseguir com os seus lucros e transformar a educação em mera mercadoria empresarial. Segundo o próprio sócio da empresa, Lucas Ferrugem, “eu vejo a imprensa hoje como eu vejo as Universidades, noventa e tantos porcentos, não saberia dizer, mas a maior parte, são estelionatários, não são jornalistas, não são professores, não são gestores de universidades, são só estelionatários.” Ou seja, é urgente a nossa luta!!!
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