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MOVIMENTO

Em jogo duro, greve da GM em São Caetano se mantém forte e completa uma semana

Relato da Greve da GM de São Caetano do Sul – Parte II

Otávio Mendes*, de São Caetano do Sul, SP

Leia também: Relato da Greve da GM de São Caetano do Sul (Parte I)

A  greve da GM de São Caetano do Sul (SCS) completa uma semana com forte adesão e disposição de luta pela reposição salarial frente à inflação; pela manutenção da cláusula 42 de estabilidade aos lesionados/as e demais cláusulas sociais. A empresa faz jogo duro e não apresentou uma proposta de negociação decente para nós, que fazemos a linha rodar para entregar um carro produzido a cada 90 segundos. A única contraproposta apresentada pela GM foi amplamente rejeitada em Assembleia no início da semana.

A empresa faz jogo duro e não apresentou uma proposta de negociação decente para nós, que fazemos a linha rodar para entregar um carro produzido a cada 90 segundos. A única contraproposta apresentada pela GM foi amplamente rejeitada em Assembleia no início da semana.

As assembleias de quarta (06) e quinta-feira (07) reforçaram a unidade em torno à greve. Continuamos a rotina de ir para fábrica normalmente, porém o início do turno não se dava com produção, mas sim com a greve. Em conversas com colegas de diferentes áreas da fábrica se confirma que o sentimento comum é de paralisação com adesão massiva, e que não está na hora de abaixar a cabeça. Os mais antigos de empresa já dizem que é uma greve que nunca se viu na GM de SCS tamanha adesão e força do movimento no chão de fábrica.

A pressão do ritmo de trabalho forte, em que cada minuto é contado em quantidade de carros feitos, somado aos salários defasados e corroídos que no final do mês não rende um bem-estar digno para família, faz com que a nossa justa demanda da Campanha Salarial se converta nessa forte greve construída por quem de fato leva a fábrica no dia a dia, nós.

Hoje, sexta-feira dia 08/10/2021, foi o primeiro dia da greve em que não houve Assembleia e a orientação do Sindicato foi de nem ir para a fábrica por isso ficamos todos em casa. A GM entrou com uma liminar (já negada dia 05) na Justiça do Trabalho para declarar a greve abusiva. A tarde ocorrerá uma audiência no TRT de SP entre o Sindicato e a empresa com a expectativa de haja negociação em torno a pauta para ser debatida em Assembleia dia 13.

Após a primeira semana, precisamos que os movimentos sociais, partidos políticos e organizações civis deem apoio e visibilidade à nossa greve ajudando a fazer pressão na GM para que ela inicie de fato as negociações. 

 

*Eletricista de Manutenção na GM de São Caetano do Sul