Coletivos e movimentos comunitários do Jacarezinho convocam toda a população do Rio de Janeiro e de cidades vizinhas para um ato nesta sexta-feira, 7, às 17h, como resposta à maior chacina da história do Rio de Janeiro realizada nesta quinta-feira pela Polícia Civil. O ponto de encontro será em frente à quadra da Unidos do Jacarezinho, na Avenida Dom Hélder Câmara, 2233. Um ato que estava previsto para ocorrer em Laranjeiras foi suspenso, unificando com o chamado da comunidade.
A sexta-feira começou com protestos. Às 7 horas da manhã, manifestantes realizaram um ato em frente à Cidade da Polícia, base da Polícia Civil localizado próximo à favela do Jacarezinho. A manifestação seguiu em passeata e se dirigiu à entrada da comunidade exigindo justiça sem mortes, responsabilização do Estado pelo ocorrido e o cumprimento da ADPF das Favelas, decisão do STF que restringe a realização de operações policiais em comunidades durante a pandemia, além de observar uma série de medidas para proteção da vida.
Foram exibidos cartazes e velas foram acesas pelos mortos. Familiares de vítimas em desespero manifestaram sua indignação durante o ato e pessoas próximas lhes retiraram da frente das câmeras com medo de represálias.
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Até o momento, a polícia não revelou as identidades de 24 vítimas da invasão do Jacarezinho realizada ontem. Além destes, um inspetor de polícia morreu durante a ação e duas pessoas foram atingidas na composição do metrô que passa perto da comunidade. Moradores e defensores dos direitos humanos denunciam que policiais invadiram casas, roubaram pertences e executaram sumariamente algumas das vítimas que já haviam se rendido, além de modificarem as cenas dos crimes.
Há também denúncias de que ocorreram irrgularidades no tratamento conferido às vítimas pelo Instituto Médico Legal (IML). As mães na porta do Hospital Souza Aguiar pediram na manhã desta sexta-feira a liberação dos corpos para que não tenham que enterrar os seus filhos no Dia das Mães.
Além da Marcha das Favelas, compareceram representantes da Comissão de Direitos Humanos da OAB e militantes do ANDES-SN, Sindipetro, Intersindical, Resistência Feminista, Afronte, Levante Popular da Juventude, Juntos, UJR, PSOL, PT, PCdoB, UP e também o vereador do PSOL de São Gonçalo, Josemar Carvalho.
O ato das 17h será um recado importante de apoio aos moradores e movimentos locais. Este crime não pode ficar impune. Participe.
SÃO PAULO
No sábado, 8, será realizado também um ato em São Paulo em solidariedade aos moradores do Jacarezinho e denunciando a operação ilegal. Está marcado para às 17h, no vão livre do MASP e é convocado pela Coalizão Negra por Direitos.
*Colaborou Tatianny Araújo, da Resistência Feminista.
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