A região do Grande Alvarenga, em São Bernardo do Campo, é um dos conjuntos de bairros periféricos de uma das cidades mais ricas do Estado de São Paulo. Esta se orgulha por ser um centro produção de riquezas do país com grande peso da indústria. Por outro lado, também é uma cidade de enormes desigualdades e lutas sociais.
Com dezenas de milhares de pessoas sem moradia na cidade, a prefeitura dirigida por Orlando Morando (PSDB), reeleito recentemente, realiza uma série de despejos nas periferias. No dia 26 de novembro, famílias que vivem na Ocupação Vila União, na região do Grande Alvarenga, receberam notificação de despejo feita pela EMAE (Empresa Metropolitana de Águas e Energia S.A.), empresa da administração indireta estadual que administra o sistema hidrelétrico da região da qual faz parte a Represa Billings, de onde a ocupação fica próxima. O prazo para a saída dos moradores desta ocupação – que existe há 20 anos! – é de apenas 20 dias.
Segundo notícia do jornal Repórter Diário, Os moradores alegam que há sete anos a Prefeitura assumiu o compromisso de construir habitações populares para os moradores, o que não foi feito – sequer os recursos foram obtidos para as obras. Ainda segundo a reportagem, a ocupação conta hoje com aproximadamente 450 famílias, mais do que o dobro das 200 famílias que ocuparam o local, há duas décadas, o que mostra o enorme déficit habitacional na região.
Esta situação se torna mais grave num momento de pandemia, em que a moradia é ainda mais essencial para a sobrevivência. Famílias com crianças, idosos e pessoas com diversos tipos de vulnerabilidades poderão parar na rua e passar o final de ano em situação ainda mais difícil.
Para resistir a mais este despejo desumano, as famílias estão se organizando e vão realizar atos para pressionar a prefeitura e defender o direito à moradia. É necessário que se criem programas habitacionais que zerem o deficit habitacional e fazer com que todas as famílias da Ocupação Vila União tenham seu direito à moradia garantido por todos os dias de suas existências, com construção de moradias bem estruturadas em local adequado. O uso de violência policial em mais uma ação de despejo só criará mais um episódio lamentável e desumano que colocará as vidas dos moradores em risco.
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