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BRASIL

Na UFPB, golpismo não se cria!

Elida Elena, vice-presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE)
Reprodução / G1 / CBN

Alunos se reúnem em frente à reitoria da UFPB, em João Pessoa, em ato contra a nomeação de reitor.

No dia 5 de novembro Bolsonaro desrespeitou mais uma vez a escolha de estudantes, professores/as e servidores/as que constroem a Universidade Federal da Paraíba ao nomear o terceiro colocado da lista tríplice para reitor. A chapa nomeada, encabeçada por Valdiney, teve pouco mais de 800 votos contra mais de 9 mil da chapa vencedora e, portanto, não representa o projeto escolhido pela comunidade acadêmica da UFPB.

O governo Bolsonaro se elegeu sob o mote do desmonte da educação pública no Brasil, através de ataques que são oriundos tanto no campo econômico, como a EC-95 e os cortes de orçamento, quanto no campo ideológico, a partir de nomeações antidemocráticas, de seu discurso obscurantista, negacionista e de constante ataque à ciência. Este não é um caso isolado de interferência do governo federal sob a escolha democrática feita nas Universidades para definir a nova direção, já somam mais de dez instituições que tiveram sua democracia violada. 

Para um governo que tem centralidade na entrega do patrimônio brasileiro, interferir na autonomia universitária é uma ponte para construir o caminho da privatização das universidades, bem como estabelecer controle político-ideológico sob essas instituições. Cabe lembrar que a principal a agenda do governo para a pasta da Educação foi o projeto “Future-se”, exemplo claro de sua política neoliberal e conservadora, que foi rejeitado pela maioria dos conselhos universitários Brasil afora.

Tendo como marco a já centenária reforma universitária de Córdoba, a defesa de uma Universidade Pública com autonomia é uma luta da qual nós, do movimento estudantil brasileiro e latinoamericano, jamais abriremos mão. A autonomia universitária é um direito constitucional conquistado a partir de muita luta no Brasil. É a garantia de que independente dos governos e dos estados onde estejam inseridas nossas Universidades, seus professores terão liberdade de cátedra, autonomia administrativa, autonomia de gestão financeira e patrimonial e autonomia didático-científica. A luta em defesa da autonomia universitária é uma luta em defesa da democracia!

Na UFPB, assim como nas outras instituições de ensino superior que estão sob intervenção, seguiremos mobilizados para impedir essa nomeação arbitrária e autoritária. A UNE se soma aos estudantes, servidores técnico-administrativos e docentes nas ações unitárias para reverter essa medida antidemocrática. É momento de ampliarmos essa luta convocando todos setores que defendem a democracia, a liberdade de cátedra e a autonomia universitária para resistir e reverter esse quadro de autoritarismo nas nossas universidades e no Brasil!

Reitora Eleita é Reitora Empossada
#ForaInterventorValdiney
#ForaBolsonaro