O candidato à Prefeitura de Curitiba Fernando Francischini (PSL) entrou com uma ação onde tenta impedir a veiculação das críticas feitas pelo candidato a vereador Rodrigo Tomazini (PSOL). No último dia 15, Dia dos Professores, Tomazini fez uma postagem nas redes sociais, na qual lembrou que Francischini era o secretário de segurança do Estado do Paraná e comandou a violenta repressão em abril de 2015, em frente à Assembleia Legistativa, no Massacre de 29 de Abril.
Foi sob o comando de Francischini, durante o governo Beto Richa (PSDB), as forças de segurança pública atacaram por mais de duas horas com tiros e bombas, inclusive lançadas de helicópteros, servidoras(es) que protestavam contra a votação que autorizava o governo a sacar recursos do fundo de previdência dos servidores/as do estado. Neste dia, que ficou conhecido também como Massacre do Centro Cívico, foram mais de 200 feridos, a grande maioria professoras e estudantes.
A relação de Francischini com evento é pública e notória: uma busca rápida na internet confirma que o agora candidato teve participação direta no comando deste massacre, inclusive o próprio já afirmou que não se arrepende e faria tudo novamente. (https://bit.ly/2TbrwNa).
É simbólico que a campanha de Francischini ataque especificamente a campanha do candidato a vereador Rodrigo Tomazini, uma figura conhecida no movimento sindical no estado do Paraná, atualmente diretor licenciado do maior núcleo da APP Sindicato, e uma das principais lideranças do movimento grevista de 2015, que esteve na linha de frente no 29 de Abril e tem tido nos últimos anos um papel relevante nos enfrentamentos entre servidores públicos e o governo do estado.
Francischini é o legitimo representante da “República de Curitiba” conservadora e reacionaria, Rodrigo Tomazini representa justamente o que a extrema direita curitibana tenta esconder, que são as lutas sociais que borbulham no Paraná. Candidaturas como a de Tomazini mostram que Curitiba é terra das ocupações de escola, dos e das servidoras que enfrentaram as bombas de 29 de abril, da grande greve geral de 2017, do tsunami da educação, do #EleNão, do 8 de Março entre outras lutas.
E diante de projeções que apontam que a esquerda deve ocupar um espaço relevante nestas eleições na capital paranaense, a tática da extrema direita é tentar silenciar as candidaturas que têm se apresentado com maior viabilidade eleitoral, como a de Rodrigo Tomazini. A extrema direita tenta impedir que o PSOL eleja pela primeira vez um(a) vereador(a) em Curitiba, e assim cumpra um papel como os demais parlamentares do partido, na linha de frente contra os retrocessos sociais e políticos e ataques aos direitos da classe trabalhadora. É por isso que eles estão preocupados.
*Vinícius Prado é historiador e membro da executiva estadual do PSOL Paraná.
Comentários