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MUNDO

Julgamento do pedido de extradição de Assange para os EUA será retomado hoje (07)

Será retomado em Londres o julgamento do absurdo pedido de extradição do Editor do Wikileaks para EUA. È necessário uma ampla e intensa campanha contra a extradição, pelo #FreeAssange e pela liberdade de imprensa

da redação
Homem segura um cartaz onde está a foto de Assange e o texto: Free Assange. No US Deportation

Nesta segunda-feira, dia 7 de setembro, será retomado no Tribunal Criminal Central de Londres o julgamento do pedido de extradição para EUA do Editor do Wikileaks, Julian Assange. O julgamento tinha se iniciado em fevereiro deste ano.

O governo estadunidense vem intensificando a pressão pela extradição de Assange, desde que Lenin Moreno, atual presidente do Equador, retirou o direito de exílio do jornalista do Wikileaks, que ficou cerca de sete anos residindo precariamente na embaixada equatoriana em Londres, sendo impedido de deixar o Reino Unido. Após a retirada do exílio, em abril de 2019, Assange foi preso imediatamente pela polícia inglesa e se encontra trancado num presídio, inclusive sofrendo situações análogas a tortura.

A alegação para a prisão de Assange era devido ao antigo processo onde ele era acusado de estupro pela justiça sueca. Embora a justiça da Suécia tenha desistido do processo em novembro do ano passado, Assange não foi libertado. Ao contrário, não só ele foi mantido preso como avançou em tempo recorde o processo que analisa o pedido de extradição de Assange para os EUA, movido pelo governo estadunidense. Na verdade, revelando o verdadeiro objetivo da sua prisão.

O governo dos EUA, seja chefiado por republicanos ou democratas, não admite o fato de que o Wikileaks, coordenado por Assange, tenha sido o principal veículo que permitiu o conhecimento do grande público sobre os brutais crimes de guerra dos EUA, tanto no Iraque como no Afeganistão.

Em novembro de 2010, Chelsea Manning, na época um militar da área tecnológica, entregou milhares de documentos do Pentágono e das Forças Armadas estadunidenses comprovando vários crimes de guerra cometidos pelo imperialismo estadunidense.

Chelsea foi condenada a 35 anos de cadeia, cumpriu 7 anos, também sofrendo terríveis maus tratos, sendo libertada apenas ao final do segundo mandato de Obama. Mas, ano passado voltou a ser presa pelo governo Trump, por ter se negado a depor contra Assange, justamente no processo de sua extradição. Uma perseguição absurda e criminosa.

Uma campanha democrática fundamental

A extradição e um posterior julgamento de Assange em território estadunidense, segundo avaliações de especialistas, poderia terminar com uma condenação de 175 anos de prisão, a partir de 18 acusações diferentes. Ou seja, na prática, uma absurda, injusta e ilegítima prisão perpétua.

Estas acusações, especialmente as relativas a uma suposta ação de espionagem, expressam de fato uma brutal perseguição política. Portanto, independentemente de possíveis diferenças e críticas, a defesa da liberdade de Assange é parte de uma campanha democrática fundamental, a favor da liberdade de imprensa e contra os ataques imperialistas dos EUA e de seus aliados.

Está em curso uma forte campanha pedindo a liberdade imediata de Assange. Um exemplo é o importante abaixo-assinado lançado pela ONG Repórter Sem Fronteiras, com mais de 60 mil assinaturas, com o objetivo de chegar a 100 mil.

Porém, apesar da grande campanha de solidariedade, existe a avaliação que a segunda parte do julgamento do pedido de extradição de Assange pode acabar com um resultado negativo. Portanto, segue sendo muito importante o engajamento do conjunto da esquerda e dos movimentos sociais numa campanha internacional que exija a liberdade imediata de Assange, buscando impedir sua extradição para os EUA.

Da mesma forma, exigindo também o fim de qualquer perseguição contra Chelsea Manning, Edward Snowden, e todas e todos que ousaram a levantar suas vozes para divulgar ao público os terríveis crimes do imperialismo estadunidense e seus aliados.

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Assange