Pular para o conteúdo
MUNDO

Urgente: evitar a extradição de Assange

Negado mais um recurso, Julian Assange fica muito perto de ser extraditado para os EUA. Presidente Lula se pronuncia contra.

André Freire, da redação

A extradição de Assange para os EUA foi assinada, em junho do ano passado, pela então secretária do interior do Reino Unido, Priti Patel. Na semana passada, um juiz britânico, Jonathan Swift, rejeitou mais um recurso da defesa.

Com esta decisão, resta apenas uma possibilidade para evitar a extradição de Julian Assange na Justiça do Reino Unido. A defesa deve recorrer nos próximos dias para uma Junta de dois juízes, que vão emitir uma decisão final. Entretanto, as chances de vitória na Justiça britânica são no mínimo improváveis.

Recentemente, representantes da ONG Repórteres Sem Fronteiras chegaram a ser impedidos de visitar Assange. Ele está preso, desde 2019, na prisão de segurança máxima de Belmarsh, depois de ficar cerca de 7 anos asilado na Embaixada do Equador em Londres.

A defesa de Assange discute ainda a possibilidade de recorrer ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos, segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras. Porém, como o Reino Unido deixou de pertencer a União Europeia, há controvérsias sobre a eficácia jurídica de uma decisão neste espaço europeu. Evidentemente, vale como uma grande pressão política.

O governo estadunidense move um total de 18 processos contra Assange e caso ele seja realmente extraditado para os EUA, pode pegar uma pena de até 175 anos.

Julian Assange é fundador do Wikileaks. A organização divulgou uma grande quantidade de documentos militares secretos, que denunciavam vários crimes de guerra cometidos pelas forças armadas estadunidenses, durante a invasão do Afeganistão. Desde então ele vem sendo perseguido apenas por ter exercido plenamente sua profissão de jornalista. A perseguição a Assange é, na prática, um terrível ataque à liberdade de imprensa.

Intensificar a campanha contra a extradição e pela liberdade de Assange

O grave momento exige a intensificação da campanha contra a extradição de Assange. Como parte de uma campanha mais geral por sua liberdade.

Lula se pronunciou novamente contra a extradição de Assange, no último fim de semana, por uma de suas redes sociais. Corretamente, para o Presidente brasileiro, a atual prisão e eventual extradição de Assange é um atentado contra a democracia e a liberdade de imprensa. Lula já tinha se pronunciado contra a prisão de Assange na campanha eleitoral do ano passado e numa entrevista durante a sua recente visita ao Reino Unido, quando da coroação do Rei Charles.


Existe também uma forte pressão para um acordo de extradição de Assange não para os EUA e sim para a Austrália. O irmão de Assange reside na Austrália e neste país existe um forte movimento na defesa dos direitos democráticos do jornalista, que tem nacionalidade australiana.

Outro governo que se posicionou contra a prisão e a extradição de Assange para os EUA, foi o governo do México. O Presidente Lopez Obrador também já sinalizou a disposição de conceder asilo a Julian Assange.

Somente uma intensificação da campanha internacional pode impedir, de forma imediata, a extradição de Assange para os EUA. Uma forte pressão internacional sob a Justiça do Reino Unido e também um apelo ao Presidente dos EUA, Joe Biden, que desista de cometer mais este ataque tanto à democracia como também ao direito internacional de liberdade de imprensa.

Leia também: Liberdade imediata para Julian Assange – Esquerda Online