Por: Gustavo Fagundes*, de Niterói, RJ
Faz 12 dias que as primeiras ocupações na Universidade Federal Fluminense (UFF) começaram. A Escola de Serviço Social em Niterói e o Campus Universitário Rio das Ostras foram ocupados quase que ao mesmo tempo. As assembleias realizadas no dia 29 de outubro deliberaram a imediata ocupação dos prédios da UFF em protesto contra o conjunto de retrocessos do ilegítimo governo Temer, principalmente em oposição à PEC 55, antiga PEC 241.
Acreditamos que o congelamento das verbas para saúde, educação e seguridade social por 20 anos não é a única saída para a crise que o país enfrenta. Taxar grandes fortunas, cobrar a dívida dos grandes devedores da união e suspender a dívida pública até uma auditoria são algumas das alternativas ignoradas por Temer e seus comparsas. Isso expõe a irracional logica da PEC 55: cobrar dos que ganham menos a conta da crise e beneficiar os de cima.
O movimento estudantil contra a PEC 55
Uma onda de ocupações tomou conta do cotidiano brasileiro a partir do mês de outubro. O movimento foi inicialmente protagonizado pelos estudantes secundaristas e na última semana chegou com força nas universidades federais do país. O movimento foi da UFRGS (Rio Grande do Sul) à UFPA (Pará), passando por UFPE (Pernambuco) UNB (Brasília) e UFPR (Paraná). A tática de ocupar prédios e institutos é a que melhor cumpre a tarefa de organizar e mobilizar a juventude universitária para os desafios da atualidade.
No dia 1º de novembro as ocupações da UFF tiveram um enorme salto, seja em qualidade, como em quantidade. A Faculdade de Educação e o ICHF (Instituto de Ciências Humanas e Filosofia) em Niterói e o INFES (Instituto do Noroeste Fluminense de Educação Superior) em Santo Antônio de Pádua também foram ocupados. E são diversas as assembleias estudantis nos cursos e espaços de discussão sobre a PEC 55 na universidade. Os estudantes da Veterinária, Física, Geociências, Letras, Relações Internacionais e Biologia estão também em movimento.
É hora de unificar as ocupações e a luta contra a PEC 55
Os técnicos administrativos estão em greve na UFF e é crescente a mobilização dos professores. Eles estão construindo junto com os estudantes um importante espaço para unificação da luta na universidade. A Plenária dos três setores é fundamental para o desenvolvimento das ocupações, fortalecimento da greve dos servidores e ampliação da luta docente, principalmente na construção do dia nacional de mobilização contra a PEC 55, em 11 de novembro.
A possibilidade de vitória passa pela nossa unidade na luta contra o governo Temer, a PEC 55 e todo retrocesso que tentam nos impor. Estudantes, trabalhadores e todo povo pobre devem se unir em defesa dos seus direitos.
No dia 09 de novembro teremos a Assembleia Geral dos Estudantes da UFF. A aprovação de um calendário para radicalização da luta estudantil é nossa tarefa. Ocupar tudo contra a PEC 55.
*estudante de Serviço Social da UFF-Niterói
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