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MOVIMENTO

UFPE perde batalha judicial em processo contra expulsão de dirigentes do Movimento Estudantil e professores entregam relatório

Da Redação

No início do ano, a Universidade Federal de Pernambuco instaurou Inquérito para “apurar” supostos eventos acontecidos na Ocupação da Universidade no final de 2016, feita pelos estudantes contra a PEC 241 e o governo ilegítimo de Michel Temer.

O Inquérito” nada mais é do que uma farsa, bem parecida com aquelas promovidas pela Ditadura de 1967/1985, quando se promoveram outros “Inquéritos” em que a busca da verdade não era um objetivo, mas apenas a indiscriminada entrega de condenações.

“Toda vez que um justo grita, um carrasco o vem calar”,  cantou Cecília Meirelles no “Romanceiro da Inconfidência”. É para isso que serve o Inquérito Disciplinar da UFPE: calar e expulsar os líderes das entidades estudantis, sem qualquer justa causa, sem qualquer lastro de prova, sem qualquer individualização de conduta.

O mesmo ocorre com o Inquérito Policial nº 0806167-57.2017.4.05.8300 instaurado pela Polícia Federal para apurar a “depredação do CFCH”, onde a UFPE enviou uma lista dos “supostos envolvidos” mais uma vez sem dizer qual ato cometeram, de forma individualizada, e com base em quais provas são acusados.

A Política Econômica do Governo Ilegítimo de Michel Temer levou o Brasil a sucessivos desastres, ao fechamento de hospitais, postos de saúde e Farmácias Populares, à devastação da Universidade pública, à destruição do Programa de Casas Populares, entre tantos outros males.

Tais fatos comprovam, poucos meses depois da Ocupação da UFPE, a justeza da luta dos estudantes contra a PEC 241.

Entretanto, enquanto a Procuradoria Geral da República apresenta denúncia contra o Sr. Michel Temer como dirigente de organização criminosa, a “Comissão de Inquérito da UFPE” indicia Leon, Charly, Thaís, João Ricardo, Rosa e Luan sem quaisquer provas.

O “Relatório do Processo Administrativo” que está aguardando a “canetada” do Sr. Reitor é uma peça arqueológica, trazida diretamente dos IPMs da Ditadura de 1964/1967, juridicamente grotesco e politicamente fascista e que confirma o estado de exceção em que o Brasil está sendo lançado.

A Juíza titular da 5º Vara Federal de Pernambuco, que já havia concedido liminar para suspender o processo, julgou procedente a ação ajuizada por um dos indiciados, Leon Sousa, e anulou o indiciamento e, consequentemente, o relatório final que pedia a expulsão dos estudantes.

Segundo a advogada do estudante, Raquel Sousa, essa decisão é vitória da resistência estudantil, que não se curvou diante das medidas reacionárias e antidemocráticas de um governo golpista. “A criminalização dos lutadores avança, é preciso nos mobilizar para resistir”, afirmou.

Parte importante desta luta ocorreu no mesmo dia em que um grupo de professores da UFPE entregou ao Reitor um Parecer assinado por mais de 50 professores do Centro de Ciências Jurídicas, do Centro de Artes e Comunicação, do Centro de Educação, do Centro de Filosofia e Ciências Humanas, do Centro de Tecnologia e Geociências contra a expulsão dos estudantes envolvidos nos Inquéritos Administrativos do CAC e do CFCH.

Foram vitórias importantes, mas a luta segue até que o Reitor da Universidade enterre de vez o processo contra os demais estudantes.

Foto: Divulgação