Por um lado, o governo avança em ofensiva para aprovar projetos de recolonização do país. Nesta segunda-feira (24), mais uma vez a cúpula reacionária e corrupta do Congresso Nacional se reuniu em um jantar, dessa vez oferecido pelo Presidente da Câmara Rodrigo Maia. O grupo buscou fazer um encontro ‘mais informal’, como disse o próprio.
Do outro lado do ringue, estudantes e trabalhadores da educação reforçam a resistência. Nesse dia 24, convocado como Dia Nacional de Lutas em Defesa da Educação, em pelo menos 15 estados mais o Distrito Federal, ocorreram manifestações contra a PEC do Fim do Mundo, a contrarreforma do Ensino Médio e a ‘Lei da Mordaça’.
Aconteceram atos de rua, trancaços de rodovias e vias de acesso às universidades, paralisações e aulas públicas em Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe. Com destaque para os atos de Porto Alegre, Brasília e Rio de Janeiro que, juntos, reuniram cerca de 15 mil pessoas. Em alguns desses, como em Porto Alegre, houve dura repressão policial.
Além disso, se somando às mais de mil ocupações de escolas e Institutos Federais, essa segunda-feira marca a entrada das universidades no centro da resistência. Já são 75 campi universitários ocupados em todo o país. Ao longo dos próximos dias, esse número deve crescer e em alguns lugares a tendência é parar tudo.
Atenção! A educação está ocupada, não deixaremos que entrem
Enquanto publicamos esse editorial, na Câmara dos Deputados já ocorre a sessão que debaterá e votará em 2º turno a PEC 241. O mais provável é que essa seja aprovada e, mais uma vez, por larga vantagem para o governo.
Depois de passar pela Câmara, a PEC será remetida ao Senado Federal, onde deverá ir à votação no dia 13 de dezembro.
Essa PEC, assim como as demais propostas do governo, é parte de um único projeto de país. A ‘Ponte para o Futuro’ unificou aqueles do andar de cima e o objetivo é acabar com os direitos da juventude e de todo o povo trabalhador. O congelamento dos gastos sociais por 20 anos é somente o primeiro passo para entregar de uma vez por todas os serviços públicos para a iniciativa privada e oferecer de bandeja o Brasil para as aves de rapina do imperialismo internacional, garantindo pagamento dos juros da dívida.
A principal tarefa dos movimentos sociais, entidades, coletivos, ativistas, partidos políticos de esquerda e o conjunto do povo trabalhador é ganhar musculatura e mostrar para Temer e seus comparsas que estamos preparados para correr maratonas em busca de impedir seu projeto e derrubar seu governo.
Para isso, é preciso intensificar a mobilização e ‘incendiar’ a educação pública. Temer precisa saber: não será fácil, não deixaremos que entrem.
Apenas começamos.
Unificar nacionalmente as lutas
As ocupações estão se multiplicando por todo o Brasil. Em pouco tempo, as universidades e Institutos Federais podem ser tomados por seus defensores.
No Paraná, o movimento se prepara para a realização de uma grande assembleia estadual nessa quarta-feira (26). O sentido é unificar o movimento e coordenar a resistência. Provavelmente, essa assembleia deve encaminhar uma tática comum de luta e uma plataforma única de reivindicação. O movimento já começa a perceber que uma possível negociação com o governo do estado é insuficiente. Esse exemplo deve ser seguido em todo o país.
Quem não sabe contra quem luta, não pode vencer. A onda de ocupações, paralisações e lutas estudantis e dos trabalhadores da educação são o principal foco de resistência ao governo golpista. É preciso que os envolvidos nessa luta tenham essa consciência. Sendo assim, devemos mirar o alvo certo: Temer.
Para isso, é urgente a unificação nacional das mobilizações. Já se inicia uma discussão entre a vanguarda, entidades e demais atores sobre a necessidade urgente de um Comando Nacional de Mobilização e uma plataforma nacional e única de reivindicações ao ilegítimo Governo Federal.
Vamos, estudantes, não temos tempo a Temer!
Comentários