Por: Francisco da Silva, de Canoas, RS
Na manhã desta terça-feira (18), em um bar, no Centro de Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, mais uma mulher foi vítima de machismo. Edivaldo (35 anos) e Marilei (21 anos) eram companheiros, mas ele não aceitou o término do relacionamento e começou a persegui-la. Apesar de haver registro policial de agressão sofrida pela companheira e mesmo tendo medida protetiva com base na Lei Maria da Penha, Marilei foi assassinada.
Entrevista com dono do estabelecimento veiculada pela imprensa local afir
Diferente do que diz a grande imprensa, este caso não é um fato isolado, ou uma simples tragédia. Em 2015, no Brasil, uma mulher sofreu algum tipo de agressão a cada sete minutos. Os casos de violência contra mulher no país cresceram 44,74%, em 2015, se comparado ao ano anterior. Certamente, os números são bem maiores, já que muitos agressores não são denunciados. Em 2016, a Lei Maria da Penha completou dez anos. Mesmo assim, uma mulher é assassinada a cada duas horas. A falta de investimento para delegacias específicas, casas abrigo e fiscalização das medidas protetivas torna a lei pouco eficaz. E se com Dilma o investimento já era pouco, com todos os cortes produzidos por Temer os investimentos serão ainda menores.
Esse caso terrível de violência à mulher chocou a população de Canoas e região. “É extremamente lamentável nos depararmos com notícias envolvendo estupro e feminicídio, ambos crimes motivados pela relação de poder e sentimento de posse que há no sexo masculino em relação às mulheres. Não somos donas do nosso corpo, nem do nosso direito de ir e vir. Estar vulnerável, seja em decorrência de drogas ou bebidas, é uma das grandes motivações de atos covardes. Relacionamentos abusivos são grandes responsáveis por crimes que atentam contra a vida das mulheres. É preciso estarmos atentas e mobilizadas antes que seja tarde”, defendeu Jenifer Severo, moradora de Sapucaia do Sul, militante do PSOL e do coletivo Esteio da Esquerda.
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