Pular para o conteúdo
MUNDO

O Haiti é aqui, 15 anos depois do início da ocupação

Não vamos esquecer o papel opressor que as forças armadas brasileiras impuseram ao povo pobre e negro do Haiti

da redação

Soldados da ONU no Haiti

Hoje, 01 de junho, completam-se 15 anos do início da ocupação das tropas da ONU no Haiti, através da Minustah, chefiada pelo governo brasileiro. 
Essa operação de ocupação estrangeira, que passou por cima da soberania do povo haitiano, infelizmente, começou em pleno governo petista, de Lula.
À frente da primeira fase da ocupação militar do Haiti, o seu período mais sanguinário, estava o então General Augusto Heleno, atual todo poderoso ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), do governo de extrema-direita de Bolsonaro. Hoje, Augusto Heleno gosta de se apresentar como um democrata. Mas, sob o seu comando direto, a Minustah praticou crimes contra os direitos humanos do povo pobre e negro haitiano.
Nada surpreendente para um general que sempre defendeu abertamente o legado do “período de chumbo” da ditadura militar no Brasil.
Embora a ocupação militar do Haiti tenha acabado em 2017, o assunto voltou a ter destaque em nosso país. Pois, o jornal Folha de S. Paulo divulgou nesta semana documentos sigilosos da ONU, que apontam fortes indícios da prática de crimes contra os direitos humanos pela Minustah, especialmente pelos militares brasileiros, chefiados por Augusto Heleno. Os crimes teriam sido cometidos, principalmente, nas operações de repressão nas favelas de Porto Príncipe, capital do Haiti.
Nos 13 anos de vigência da Minustah, 37.500 militares passaram pelo país. A ocupação militar do Haiti serviu de laboratório para os atuais métodos brutais e genocidas que as forças armadas e as polícias utilizam contra a juventude pobre e negra nas favelas e periferias das grandes cidades brasileiras, especialmente no Rio de Janeiro.
Existe um elo brutal entre as operações nas favelas haitianas e os mais de 200 tiros disparados pelas tropas do exército no bairro de Guadalupe, Rio de Janeiro, que mataram o músico Evaldo e o catador Luciano, ambos negros.
Lembrar, no dia de hoje, deste papel vergonhoso e opressor que o Brasil exerceu contra um povo irmão da América Latina, é fundamental para reafirmamos nosso compromisso com o direito soberano dos países de nosso Continente.
Tarefa fundamental, justamente agora, quando novamente o imperialismo dos EUA, sob o governo reacionário de Trump, ameaça a soberania de outro país irmão, a Venezuela, com o apoio dos governos capachos e submissos de boa parte dos países da região, como Bolsonaro no Brasil, Duque na Colômbia e Macri na Argentina, entre outros.
Em defesa da soberania do Haiti e da Venezuela!
Fora Trump da América Latina.
Nunca esqueceremos !
Marcado como:
Haiti