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MOVIMENTO

É preciso se mobilizar contra Reforma do Ensino Médio e a PEC 241

Por: Edu, de São Paulo, SP

Nesta terça-feira (18), a partir das 9h, ocorreu mais um ato de estudantes secundaristas contra a Reforma do Ensino Médio (MP 746) e contra a PEC 241, que congela os investimentos públicos em áreas como saúde e educação pelos próximos vinte anos.

As estudantes, em sua maioria mulheres da periferia, percorreram um trajeto de pouco mais de quatro quilômetros. Caminhou-se do MASP até a Praça da República, onde se localiza a Secretaria de Estado da Educação, palco de inúmeras manifestações em 2015 durante a luta contra a reorganização escolar.

Ao longo de todo o trajeto, cantaram-se palavras de ordem que procuravam despertar a atenção do conjunto da população para esses gravíssimos ataques. A despeito do calor de 34 graus, o ato se encerrou tranquilamente e com um jogral que anunciou os próximos passos da luta e que afirmava categoricamente que as estudantes permanecerão mobilizadas contra Temer e suas políticas reacionárias.

Entretanto, é certo que o tamanho do ato não foi suficiente diante da gravidade das medidas que estão sendo implementadas. Em São Paulo, diferentemente do que ocorre no Paraná, parece não ter ainda se desenvolvido amplamente a consciência do profundo retrocesso que nos é iminente.

Isso torna necessário, para cada um de nós, nos colocarmos inteiramente nessa disputa.

Hoje, o trabalho mais importante é debater com nossos colegas de escola, de trabalho, com nossa família e fazer com que eles entendam que o discurso do Governo Federal não passa de uma farsa. Temos certeza que, assim, a maioria da população se colocará ao nosso lado nas ruas do Centro e da periferia de São Paulo contra essas medidas, tornando possível que elas sejam barradas.

É a serviço dessa conscientização e dessa mobilização que a juventude do MAIS se coloca hoje. Esperamos, a partir daí, construir uma forte mobilização no dia 24 de outubro, próxima terça-feira, dia em que diversas categorias de trabalhadoras prometem se unificar a essa luta.

Por fim, é preciso ainda cumprir mais uma importante tarefa. Se é certo que a reforma de Temer não vem para resolver problema algum, mas sim para aprofundá-los, precisamos ter em mente também que a educação pública precisa melhorar e muito. É preciso apresentar, portanto, uma contraproposta. Não sabemos exatamente como ela deve ser. Não achamos que iremos resolver sozinhos os problemas da educação pública.

Temos uma ideia, contudo, sobre por onde começar. E é justamente a partir do diálogo com as estudantes secundaristas. Em 2015, provaram a força de sua auto-organização. Mostraram a todos que, apesar da pouca idade, são capazes de ter ideias que podem revolucionar a educação. O caminho correto é o caminho contrário ao que Temer adotou.

Foto: mobilização de secundaristas, em São Paulo | Edu