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BRASIL

O Pacaembu é nosso

Por: Cauê Campos, de Campinas, SP

Neste domingo, 4 de março, durante o jogo Santos e Corinthians pelo Paulistão 2018, o Estádio Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu, passou pelo terceiro apagão, apenas em 2018. Já havia acontecido duas vezes em janeiro, durante o Palmeiras x Portuguesa, no dia 19 pela Copa São Paulo, e o São Caetano x Corinthians, no dia 21, pelo Paulistão.

Este problema foi extremamente comum nas décadas passadas do futebol brasileiro, mas nos últimos anos parecia ter desaparecido ou diminuído sua frequência. As quedas de energia ficaram mais associadas às “catimbas” típicas do futebol sulamericano.

Mas, não é de se estranhar que no segundo ano da gestão Dória, isso se torne recorrente. O “prefake” tem como objetivo privatizar os parques e demais espaços públicos, gerando rentabilidade para o capital. Como manda o manual da “privataria”, antes é preciso sucatear, destruir e depois sugerir como solução mágica a privatização. E essa não é uma novidade no futebol brasileiro, é só percebermos o que aconteceu com o Maracanã, primeiro destruído para ser concedido ao Consórcio Maracanã (Odebrecht, empersa de Eike Batista e AEG). Após os lucros com a Copa de 2014 e Olimpíadas de 2016, o estádio foi completamente abandonado e destruído pela ação do tempo. Pode ser esse o futuro do Pacaembu.

Dória estava no estádio e saiu durante o apagão que durou 49 minutos. No dia seguinte, já postou em seu twitter que a solução para esse “problema” é fazer um concessão do Estádio à iniciativa privada, ou seja, privatizar.

Na contramão das arenas e processos de elitização do futebol, o Pacaembu é um estádio charmoso e querido pela população paulista, torcedores e jogadores de futebol. Além de abrigar o “Museu do Futebol”, responsável por contar a história do esporte nacional para as futuras gerações. Foi também palco de diversas jogos e finais importantes no futebol brasileiro e sul-americano, como finais de Libertadores, jogos da Copa de 1950 e Pan-americanos de 1963. O Estádio é um símbolo de resistência à elitização e mercantilização do futebol em voga nesse século XXI – com ingressos a preços muito abaixo das “Arenas”.

Contudo, não é fácil privatizar o Pacaembu. Mesmo sob décadas de neoliberalismo, o Estádio resiste e segue querido por torcedores e jogadores, com uma boa estrutura de recepção para ambos, além de estar marcado na história da cidade e do esporte, fruto do seu passado glorioso. Por isso, Dória precisa destruí-lo para “justificar” sua privatização. Mas não deixaremos mais esse ataque passar. A esquerda e os amantes do futebol precisam se unir na defesa do Pacaembu, como defesa dos serviços públicos e da história e contra a elitização do futebol.

 

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