Por: José Emílio Almeida, professor e coordenador da Associação dos Concursados do Pará
O ex-senador e ex-prefeito de Belém Duciomar Costa acaba de ser preso durante a Operação Forte do Castelo, formada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal do Pará. De acordo com a força-tarefa, Duciomar está sendo acusado de comandar uma organização criminosa responsável pelo desvio de cerca de R$ 400 milhões dos cofres públicos, no período de 2005 a 2012, quando esteve à frente da Prefeitura de Belém.
Desde que se candidatou pela primeira vez, em 1988, Dudu, como é chamado pelos seus eleitores, teve uma carreira política bastante ascendente. Foi vereador de Belém, deputado estadual, senador e prefeito da capital paraense por dois mandatos. No entanto, já no começo da sua carreira foi flagrado e preso praticando o exercício ilegal da profissão de médico, quando se fazia passar por oftalmologista. Usava um falso diploma. Dudu prescrevia receitas de óculos, gerando lucro para as óticas que havia aberto no centro de Belém. Foi condenado, mas recorreu e contou com a prescrição de prazo da Justiça para procrastinar a ação.
Com a carreira política marcada pela corrupção, Dudu era ligado às igrejas evangélicas do Pará. Foi dirigente do PTB, juntamente com o atual deputado federal Josué Bengtson, pastor da Igreja Quadrangular. Ao todo, Duciomar responde a um total de 33 processos judiciais, dos quais 21 na Justiça do Estado do Pará e os demais 13 na Justiça Federal. Um destes processos pertence à esfera criminal e os demais à esfera cível. Mas, todos por improbidade administrativa. A maioria por uso indevido de verbas destinadas pelo Governo Federal à saúde pública.
Durante toda a sua carreira política, seja como parlamentar ou prefeito, Duciomar sempre agiu com indiferença aos movimentos sociais e aos servidores públicos. Não recebia os representantes dos movimentos grevistas e os tratava com empáfia. Era considerado inimigos dos trabalhadores.
Sua prisão, se mantida, significará um grande alívio para todos e a esperança de que outros corruptos em nosso estado, ligados a ele, também caiam e sejam presos.
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